A inclusão de pessoas com deficiência (PcD) no mercado de trabalho é um assunto de extrema relevância e urgência. Mirian Vidal, analista de comunicação e consultora de diversidade, oferece uma visão abrangente sobre os passos essenciais para viabilizar essa inserção de maneira efetiva e humanizada. Confira agora, neste Minuto Carreira.
“De acordo com a lei 8.213/91, as empresas com mais de cem funcionários devem reservar de 2% a 5% das suas vagas para PcDs”, explica Mirian. Esse é um ponto de partida crucial para quem deseja estar em conformidade com a legislação. No entanto, cumprir a legislação de cotas é só o primeiro passo. A verdadeira incorporação vai muito além de preencher posições. Conforme com um estudo da Hand Talk, 65% das corporações seguem as diretrizes da Lei Brasileira de Inclusão (13.146/2015). Lugares com mais de 10 mil admitidos tendem a adotar essas regulamentações com mais prioridade.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), no Brasil, a maioria dos PcDs são mulheres, representando 10% da população nacional, enquanto os homens representam 7,7%. Dentre essas, 9,5% são pretos, contra 8,9% de pardos e 8,7% de brancos. A inserção plural abrange desde a criação de um ambiente físico favorável até a promoção de uma conduta corporativa pautada em valorizar e respeitar a multiplicidade. Ao fazer isso, as organizações não apenas cumprem sua responsabilidade legal, mas também contribuem para uma sociedade mais justa.
“É preciso ter acessibilidade, além de uma cultura na qual possamos ser livres para demonstrar quem somos”, complementa a especialista. Para alcançar esse aspecto, é imprescindível implementar adaptações estruturais e tecnológicas, permitindo a participação plena de todos os colaboradores, independentemente de suas limitações físicas ou sensoriais. Isso inclui desde rampas e banheiros adaptados até softwares de leitura de tela e recursos de alcançabilidade digital. Ainda vide o mesmo levantamento, mais de 61% das companhias não ofereciam cursos relacionados a isso. Concomitantemente, 42% não contratavam especialistas no tema, somente 30% se preocupavam com a integração dos contratados e 18% com a dos consumidores.
O que significa ser uma empresa inclusiva?
Estabelecer um espaço acolhedor e respeitoso é vital. Isso envolve educar o time sobre as diversas deficiências, promovendo respeito e compreensão. Treinamentos e workshops sobre D&I podem ajudar a desconstruir estereótipos e preparar o time para lidar com isso de forma positiva.
Dessa forma, é essencial reconhecer e combater os julgamentos intrínsecos presentes no mundo corporativo. “É necessário se atentar aos vieses reproduzidos todos os dias como capacitistas, porque nós somos assim e replicamos esses preconceitos.” Para sanar essa questão, é primordial fazer um esforço contínuo de sensibilização e educação. Para isso, é indispensável admitir nossa própria ignorância e trabalhar ativamente para mudar atitudes e comportamentos. “Pensar neles e mudar, transforma não apenas as empresas, mas também a nossa sociedade”, finaliza Mirian. A transformação cultural deve começar de dentro para fora, com líderes e gestores dando o exemplo ao promover políticas inclusivas e afirmar um compromisso genuíno com a diversidade.
Em suma, essa é uma jornada contínua de comprometimento, letramento e ação proativa. É fundamental investir em infraestrutura, oferecer informação e, acima de tudo, cultivar uma atmosfera onde todos se sintam valorizados e respeitados. Com essas ações, podemos avançar para um futuro mais inclusivo, onde cada indivíduo tem a oportunidade de exercer seu máximo potencial.
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