Contar com a ajuda de robôs no trabalho se torna cada vez mais irresistível com a evolução da inteligência artificial (IA). Porém, essa prática tem suas vulnerabilidades, como as alucinações nas respostas e potenciais violações a direitos autorais, sigilo profissional ou mesmo à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Portanto, quais cuidados tomar? Saiba agora, nesta matéria do Conexão Ilimitada.
“O grande ganho da IA generativa, como o Chat GPT e Open AI, é na produtividade de um indivíduo. Eu gosto de pensar como se fosse um estagiário para todo mundo, ele fica mais inteligente conforme você explica melhor pra ele as atividades a serem feitas”, exemplifica João Vitor Chaves Silva, Sócio e COO do G4 Educação. De acordo com a IBM, 41% das organizações brasileiras usam essa inovação em algum setor e, em consonância, a efetividade aumenta em até 37% com o uso do Chat GPT, segundo estudo do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts).
A proteção de dados se torna cada vez mais necessária
Entre os principais benefícios dessa implementação, está a automação de serviços, principalmente os repetitivos, para alcançar um maior ritmo e aumentar os resultados. Em outros aspectos, otimiza também a eficiência operacional e a análise de dados - cada vez mais valiosa para o consumo.
“No entanto, apresenta alguns riscos, não só para a empresa, mas para o trabalhador. Um deles é a exigência em adquirir novas habilidades. Então, quando as tarefas são automatizadas, os trabalhadores precisam se reinventar, para o emprego e o papel dessa pessoa continuar fazendo sentido. Já para a corporação, a questão da segurança da informação pode ser um problema grande”, aponta Camila Paiva, diretora de gente e gestão na Pontaltech.
Como tudo na Internet, as funcionalidades fundamentadas em redes neurais também estão sujeitas a sofrerem ataques hackers, de phishing ou vazamento por chatbots. Os termos de compromisso são mais rígidos no segmento B2B (business to business), por isso, consumidores devem estar atentos às diretrizes da LGPD. “Ao investigar quais são os perigos e as precauções para utilizar essas ferramentas, é quando você usa as abertas, ou seja, a sua conta do Chat GPT no OpenAI, gratuita ou paga. Não tem um contrato de confidencialidade, as informações colocadas lá podem sim ficarem públicas, porque elas são usadas para aprendizagem da máquina”, explica Rodrigo Zerlotti, CTIO do DOT Group.
As conversas são armazenadas para otimizar modelos futuros, passando por um processo chamado de memorização não intencional. Para manter a privacidade, é recomendado o uso de senhas fortes e únicas para esse login, ficar atento a e-mails, mensagens ou chamadas não solicitadas pedindo tópicos pessoais; atualizar regularmente o sistema operativo, aplicativos e programas antivírus. Para as companhias, é relevante oferecer soluções de proteção com serviços em nuvem para a consulta centralizada de bases, evitando o uso de plataformas não confiáveis.
Quanto à substituição da mão de obra humana, medo presente na maioria das pessoas ao observar esse avanço exponencial, é preciso se tranquilizar. “Quando me perguntam se a IA vai tomar o lugar do ser humano e eu digo: ‘vai substituir quem não usa, por quem usa”, completa Zerlotti. Especialistas da área apontam essa tecnologia como uma oportunidade, não uma ameaça. Enquanto alguns cargos são substituídos, outros são gerados, considerando a necessidade de aprimoramento e manutenção constante dessas inovações.
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