Você tende a confiar mais em alguém com ideais bem estabelecidos, ou prefere seguir por um caminho de dúvidas? Posso prever a resposta. O mesmo serve para as organizações: ter as missões, visão e valores (o famoso MVV) - estruturados pode alavancar o seu trabalho. Entenda mais nesta matéria do Conexão Ilimitada.
A cultura organizacional é formada pelos elementos influenciadores do clima de uma corporação. Inclui símbolos, práticas, preceitos éticos, morais e políticas de convivência. Tudo isso dita o relacionamento entre os clientes internos e externos, considerando sua realização assídua. Acreditar nisso e ter um time com afinidade pode impactar de forma significativa o seu negócio. Segundo uma pesquisa da Consultoria PWC, 66% dos executivos veem essa ação como muito importante.
“É um conjunto de crenças e atitudes esperadas. Como essa empresa e os colaboradores se comportam? E como isso reverbera no dia a dia? Tem sustentação? É além daquele quadrinho na parede com uma lista dos desejos comportamentais? Principalmente, aquilo é colocado em prática e visto no dia a dia?” indaga Eder Gonçalves, head de marketing e conteúdo na Dialog.
“O papel dela é de manter os valores e os objetivos sempre bem definidos para todos saberem. Quando são bem claros, é possível atrair profissionais alinhados e dispostos a engajar com o mesmo propósito. A instituição consegue reter os seus talentos com maior nível de satisfação e, consequentemente, ela vai se refletir em seus clientes, no caso, nossos alunos”, comenta Helena Miotto, coordenadora administrativa da faculdade Mackenzie, de Brasília.
Em termos de resultado, o levantamento da PWC aponta um aumento de 48% na receita a partir da ampliação dos conceitos organizacionais, 80% nos índices de contentamento dos funcionários e 89% na aceitação dos clientes. É preciso diferenciar, ainda, quais aspectos impulsionam ou bloqueiam o desenvolvimento da companhia.
Para melhorar esses fatores, a diretoria precisa estar em sinergia com o setor de RH, para traçar de maneira ideal os perfis envolvidos na equipe e saber suas motivações. No entanto, ainda conforme o estudo da Futuro S/A, 69% dos empresários tinham a intenção de melhorar essa conexão. Não obstante, cabe aos gestores deixar todas as concepções claras, desde o processo seletivo, até as reuniões internas de alinhamento, por meio de avisos pontuais, e-mails e murais.
Qual o impacto da cultura em uma empresa?
A integração da equipe e o atingimento das metas com mais agilidade são alguns dos benefícios comprovados. A promoção de um clima amigável entre os trabalhadores traz mais alegria e bem-estar, contribuindo para a saúde mental e, portanto, aumentando a produtividade, como comprovado pela Universidade da Califórnia: quando estão felizes, são em média 31% mais produtivos e três vezes mais criativos. A capacidade de venda aumenta em 37% em relação aos insatisfeitos.
Com algum tempo de aplicação, os conceitos se tornam intrínsecos às atitudes do time. Assim, passam a reproduzi-los em suas ideias, trazendo, também, resultados mais coerentes, capazes de influenciar a imagem da externa como um todo. Por meio da contratação de estagiários, o fortalecimento dessas raízes se torna ainda mais espontâneo, pois no início da carreira eles podem ser moldados às suas concepções.
Em contrapartida, tudo isso pode servir como um termômetro para saber quando alguém já não se encaixa. Se um indivíduo age em contradição às convicções, isso pode acabar prejudicando a dinâmica e reputação da sua firma. É hora de repensar se esse funcionário deve permanecer no seu quadro.
Como a nova geração lida com o MVV
A “Gen Z” chega ao mercado com uma mentalidade diferente. Hoje, além de não aceitar uma liderança pelo controle e uma esfera trabalhista ocupante da maior parte da vida, os preceitos sociais e ideológicos se intercalam ao âmbito laboral. Trabalhar em lugar o qual não dialoga com a postura desses jovens, não está nos planos. Esse fato deve ser considerado, pois, até 2025, eles serão 27% da força operária global, de acordo com o Fórum Econômico Mundial.
Para reter esse perfil de trabalhador, é preciso tirar as boas práticas do papel, afinal, estudos apontam uma base de relacionamento muito mais pautada em experiências e benefícios para qualquer área, além da predominância da valorização e atenção às necessidades no dia a dia. Dessa forma, códigos corporativos não executados, logo caem por terra. Ainda conforme o estudo da Futuro S/A, apenas 35% dos entrevistados reconhecem as inconsistências entre suas falas e ações.
Essa geração busca a inclusão de todos os níveis hierárquicos, reforçando o papel dos integrantes de base como parte fundamental no diálogo com o cliente. Por isso, o MVV deve ser incorporado pela gestão e transmitido pela integração de todos os grupos. Com esse posicionamento coletivo e consistente, a imagem externa se constrói com mais coerência. Não obstante, traços como a empatia, escuta ativa e compreensão são indispensáveis na adoção dessa mentalidade.
A valorização da saúde mental na rotina profissional também é muito presente atualmente O aumento exponencial dos afastamentos e pedidos de auxílio-doença para casos de ansiedade e depressão é um reflexo da urgência dessa mudança. Hoje, o bem estar emocional é pauta estratégica de 88% das empresas. No entanto, 78% identificaram esse pilar como a maior dificuldade neste momento, a partir da análise da Associação Brasileira de Recursos Humanos de São Paulo.
Promover ações e objetivos consistentes, pautados na uniformidade e bem estar, é o caminho para construir princípios sólidos e bem aceitos. Assim, fica mais fácil coordenar pessoas alinhadas aos mesmos propósitos na busca por resultados satisfatórios.
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