A comunicação é o meio principal de transmitir ensinamentos, ideias, opiniões, questionamentos e experiências. Apesar de essencial, muitas pessoas sentem dificuldade em se expressar com clareza e, principalmente, ficam acanhadas ao estar na frente de vários. De acordo com uma enquete do Nube, os entrevistados se dividiram entre as causas da insegurança em falar em público: 33,7% concordam com o nervosismo como principal razão, outros 33,2% apontam a timidez, enquanto para 27% a ansiedade é protagonista. Nesse sentido, para driblar de vez essa barreira, mandar bem e conquistar a audiência, leia mais a seguir, neste Minuto Carreira.
De onde vem esse receio?
Pavor de muitos, articular discursos para um público chega superar o medo de enfrentar perrengues financeiros, doenças e até a morte, revela pesquisa do jornal britânico Sunday Times. Nessa descoberta, 41% afirmaram o temor de se apresentar. Apesar de recorrente, a fonte disso é bem diversa, desde instintos até traços pessoais vindos da infância.
Há uma estrutura no nosso sistema nervoso chamada de amígdala cerebral e ela é responsável, basicamente, pelas emoções. Dessa forma, a apreensão por algo é resultante também dessa parte, nos avisando do perigo iminente. Por exemplo, muitos possuem pavor de altura pelo simples risco de cair. Todavia, em certas situações, essa estrutura corporal funciona de maneira desproporcional. Uma delas é, justamente, a de discorrer para ouvintes. A sensação de estar em queda livre e de pronunciar para muitos, dessa forma, podem ser equivalentes.
Parte do motivo a essa comparação inusitada vem da apreensão de falhar. Por conta do julgamento alheio, a vergonha e o desejo de não se expor ganham relevância. Seja pela falsa impressão de incapacidade ou atenção exagerada na opinião dos outros. Em todos esses momentos, o pensamento de “estou dizendo bobagens ou não” permanece. Essa vulnerabilidade, entretanto, não está restrita à oratória. Ela pode ser encontrada em momentos de novas oportunidades e em outros fora da zona de conforto.
Também, outro notório porquê está na questão da timidez. Alguém com esse traço, comum e nada perigoso em níveis normais, tem temor em conhecer novas pessoas e se exibir publicamente. Em razão disso, o sujeito fica desconfortável e pode até evidenciar sintomas de ansiedade. Essa personalidade, na maioria das vezes, vem desde a juventude, seja por fatores do ambiente onde cresceu, genético e até de traumas passados, como bullying e rejeição.
Entretanto, o mais recorrente é o temor do desconhecido. Normalmente, o temos por intuição e serve para nos assegurar de possíveis problemas. Em razão disso, ele aparece também quando existem discursos, anúncios, palestras e entre outros. A falta de compreensão da reação das pessoas, das perguntas a serem feitas e se haverá êxito ou não no final causam muitas incertezas. A seguir, o indivíduo demonstra vulnerabilidade e, por intuição, prefere evitar a exposição.
Como enfrentar esse medo?
Toda essa apreensão vira um empecilho para estudantes em seminários, profissionais em palestras e até para momentos casuais. Para realizar esses objetivos, portanto, é preciso dar a volta por cima. Com o intuito de reverter essa situação, o escritor e professor Rafael Fontana ajuda com dicas e exercícios para esse momento tão crucial. Veja abaixo quais são elas!
Domine o assunto
Como existe a incerteza sobre sua capacidade, uma das vias para ganhar mais segurança está no domínio do tema. Fontana explica: "a falta de conhecimento sobre o assunto gera hesitação para falar acerca". Por isso, procure estudar bastante para ter propriedade e saber a resposta certa para eventuais questionamentos. O autor também aponta para a afinidade ao tópico como grande aliada. Caso você não tenha essa proximidade, o desinteresse gera a falta de um panorama total do tema abordado. Quando entrosado, o gosto te ajuda a possuir uma maior compreensão e vontade.
Faça anotações
Quem nunca escreveu no papel ou digitou um lembrete para não esquecer de compromissos e tarefas? Visando recordar e garantir mais confiança, aplique essa tática quando for apresentar em público. Elabore uma lista dos tópicos essenciais ou, se preferir, faça um resumo. Dessa forma, as chances de ter um branco são mitigadas. Entretanto, o professor alerta: “não decore suas anotações, pois elas servem para te guiar. Ficar preso nisso não transmite segurança e você não vai ter clareza na sua fala”.
Dê diferentes velocidades
Outra dica de Fontana está na dinâmica da sua fala: “se pensarmos nela aplicada em um gráfico, esse não deve ser uma linha reta, mas sim um eletrocardiograma”. Ou seja, um discurso sem ênfases, mudanças na velocidade e emoção são tidos como monótonos. Ao variar a rapidez, é possível dar destaque a certas palavras e frases. Por exemplo, de modo mais lento, você sinaliza atenção especial para aquele momento. Em ritmo maior, a energia e entusiasmo são elevados.
Pratique
Essencial para mandar bem, afinal o treino repetido consegue ser uma potencial solução para mais de um problema. Visto isso, caso você se atrapalhe com as palavras, seja por gagueira ou falta de objetividade, simule sua performance para se familiarizar com o conteúdo e ganhar confiança. Também, a inibição na hora é outro obstáculo possível de ser superado. Comece com um público de poucos familiares e amigos próximos. Conforme seu conforto é conquistado, aumente a plateia e veja seu sucesso.
Boa apresentação!
Portanto, a comunicação é fundamental para transmitir ensinamentos, ideias e experiências. Todavia, muitas pessoas têm dificuldade em se expressar bem. Esse receio pode ter variadas fontes, desde corporal, personalidade e até por vivências passadas. Porém, o principal motivo vem do pavor pelo impreciso e julgamento dos outros. Para enfrentar isso, é importante dominar o assunto, fazer anotações, variar a velocidade e entonação, além de praticar repetidamente. Também, se habituar com o tópico e com a presença de ouvintes ajudam a ganhar confiança.
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