Com a chegada de novas tecnologias e as constantes mudanças no mercado de trabalho, o conceito de carreira está se transformando radicalmente dentro das empresas. No mundo digital, os empregadores precisam repensar a forma como lidam com o desenvolvimento de seus funcionários, os quais exigem mais flexibilidade e liberdade em suas escolhas profissionais.
De acordo com a pesquisa Tendências Globais de Capital Humano 2017, realizada pela consultoria Deloitte com 10 mil líderes empresariais e de RH de 140 países, as profissões estruturadas estão prestes a desaparecer. Segundo o relatório, 65% das organizações têm modelos abertos para a trajetória de seus colaboradores, 19% mantêm um tipo estruturado e 16% não têm conceito algum.
A necessidade de melhorar a jornada dos funcionários e transformar a aprendizagem corporativa, também apareceu como a segunda tendência mais importante do levantamento, citada como urgente por metade dos entrevistados. “Muitos empreendimentos ao redor do mundo estão prestando atenção nessa nova realidade para atender aos anseios de seus talentos”, comenta Claudia Santos, coach executiva e diretora da Emovere You. Segundo a consultoria, 70% das companhias estão redesenhando ou redesenharam recentemente toda a sua estratégia.
Assim, lugares mais dinâmicos tendem a se diferenciar da concorrência ao oferecer diversas oportunidades de aprendizagem e implantar uma cultura interna de desenvolvimento. Mais de 80% dos empresários consultados afirmaram o fato de sua organização estar disposta a trocar uma progressão de carreira estática por modelos abertos, com tarefas, projetos e experiências mais enriquecedoras.
No entanto, poucas companhias conseguem atender às necessidades da nova geração: apenas para um terço dos chamados Millenials, sua organização sabe aproveitar bem suas habilidades. Essa realidade também pode ser vista pela voz dos empregadores: 70% deles afirmam atuar em um local, onde não se tem as capacidades necessárias para se adaptar às mudanças do mundo digital.
“Nos próximos anos, o papel dos negócios será criar um ambiente de crescimento constante. Um exemplo é a carreira em Y, a qual permite escolher entre um cargo gerencial ou técnico, ou a carreira em W, cujo molde prevê a possibilidade de caminhos paralelos, como gestão de projetos”, enfatiza a especialista.
Para atingir melhores resultados, as corporações precisam buscar inovações e estratégias para se adaptar ao novo cenário. Em um mercado cada vez mais competitivo, terá destaque quem compreender as necessidades de seus pares e conseguir atender esse novo perfil do século 21.
Carla Moreira é business manager da consultoria People Oriented, também com atuação no Rio de Janeiro, e enfatiza uma das principais transformações. “Em meio a essa nova realidade, as posições de alta liderança estão se tornando cada vez mais acessíveis para mulheres”, explica. Essa abertura segue tendências mundiais de equidade de gênero e empoderamento feminino e representa um dos grandes avanços. “Percebo como uma parcela significativa de multinacionais tem criado políticas de diversidade e de inclusão para posições executivas”, enfatiza. Logo, o momento é para comemorar!
E o local onde você atua, já está se adequando as novas tendências?