A hora de começar a trabalhar pode trazer muitas dúvidas. Inexperiência e insegurança são alguns fatores dificultantes dessa etapa da vida. O primeiro passo não é fácil, seja para um estagiário, aprendiz ou recém-formado. Especialistas indicam maneiras de superar essas barreiras. Confira agora, nesta matéria da TV Nube.
Para a analista de recursos humanos da Elleve, Camila Miranda, tudo começa na definição da profissão. “Ter essa certeza te faz chegar ao seu objetivo com mais foco e determinação. Em seguida, não obstante, vem um impeditivo para essa decisão: o receio de errar. Por fim, ao superar os problemas iniciais, vem a dificuldade em conseguir a primeira oportunidade”, explica.
Segundo uma pesquisa feita pela Futura, 27% da população, entre 14 e 29 anos, ainda fazem parte da geração “nem-nem”: não trabalham e nem estudam. Essa estatística reflete o desemprego no Brasil e a baixa adesão de jovens ao mercado, justificada também pela falta de informação desse público em relação ao mundo corporativo: 76% não têm o conhecimento necessário.
Fazer a escolha certa pode parecer difícil, mas acima de tudo, tome decisões maduras. “Devem ser pensadas sobre critérios envolvendo o autoconhecimento, visitas a universidades, o contato com estudantes e profissionais daquela área, para entender um pouco mais sobre o que lhe aguarda”, como afirma Daniela Coccaro, coordenadora de ensino médio.
Fábio Medina, proprietário da Medina Fitness Plus, falou sobre as adversidades enfrentadas nos primórdios de sua trajetória. Como a maioria, vencer a falta de experiência e a insegurança de não saber se está fazendo algo errado, foram alguns motivos de agonia. “Por isso, eu vejo como muito importante seguir um planejamento e ter paciência para você traçar uma jornada de sucesso”, disse.
O maior impeditivo de quem está começando é, na verdade, o próprio medo. Esclareça as dúvidas, se capacite e vá em direção às conquistas. Os desafios de uma carreira existem antes mesmo dela começar. Escolher um curso traz muitas incertezas, porque vai determinar nosso futuro. No entanto, alguns exercícios podem te ajudar.
Escolhendo a área de atuação
Algumas ferramentas, como os testes vocacionais, podem contribuir. São uma alternativa muito procurada pelos candidatos. Antes de responder às perguntas, reflita sobre si mesmo e seja sincero para identificar as suas aptidões e seu perfil. Outra dica para pensar sobre suas capacidades é recordar sua infância e até atividades de lazer. Talvez, uma brincadeira de criança dizia mais sobre seus talentos em relação às suas notas, por exemplo. Por que não trazer as paixões do berço para a vida profissional?
Se você já está na graduação, é significativo buscar capacitação o quanto antes. Aproveite os caminhos oferecidos pela faculdade, participando de projetos de extensão, voluntariado e empresa júnior. Utilize esses momentos para experimentar um pouco da prática e tirar dúvidas. Fazer uma análise de mercado é extremamente válido, tanto para decidir onde ingressar, quanto para refletir sobre especializações e áreas de atuação. Algumas podem estar saturadas, outras talvez sejam desconhecidas ou precisem de competências específicas.
Por fim, conversar com quem já trabalha no ramo escolhido é primordial para inteirar-se um pouco mais sobre a vivência interna e até aspectos negativos do segmento. Em cada fase da ocupação, aprendemos coisas diferentes e é possível passar uma visão menos romantizada aos novatos. Apesar de tudo isso, é imprescindível contar com apoio psicológico. Sobretudo no começo, uma orientação terapêutica pode contribuir para reflexões, tomada de decisão e no controle da ansiedade, pois nos encontramos, nesse momento, submetidos a muita pressão, seja de familiares, professores, chefes, ou até de nós mesmos.
Como conquistar a vaga ideal
É essencial estar sempre preparado. Mantenha o seu currículo atualizado e destaque nele as experiências mais relevantes para cada emprego pretendido. Se não houver muitas empresas no seu histórico, não se preocupe, cite iniciativas voluntárias, freelas, ou algum projeto desenvolvido nas instituições de ensino onde esteve.
Analisar a posição pretendida é o caminho para visualizar-se nela, para aprender sobre as demandas do dia a dia, questionar se conseguiria executá-las com facilidade e capacidade de aperfeiçoamento. O estágio é a forma mais adequada de conhecer um setor, além de aplicar o conteúdo dos estudos. Futuramente, caso queira explorar outra especialidade, já estará mais apto.
Ficar atento aos meses do ano nos quais os contratos e períodos letivos costumam ser
encerrados é uma estratégia para não perder nenhum processo seletivo. O início e fim do segundo semestre do ano possuem grande índice de fechamento, aproveite.
Saiba quem pode estagiar e como é na prática
De acordo com a Lei 11.788/2008, para ser estagiário basta estar matriculado em uma instituição de ensino médio, técnico, superior ou nos dois últimos anos do fundamental, pelo programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Segundo o último censo do Inep/MEC, há mais de 17,4 milhões de pessoas aptas a esse posto, mas apenas 900 mil têm esse privilégio.
Estagiar é diferente de ocupar outros cargos, por isso, as exigências não são regulamentadas pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Isso implica diferenças na carga horária, a qual só pode ter, no máximo, 30 horas semanais. A remuneração é feita por bolsa-auxílio, capaz de impactar a vida financeira desse colaborador de diversas formas.
Para as empresas, também são inúmeras vantagens, como a isenção perante impostos e obrigações legais, o pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, 1/3 sobre férias, 13º salário e outras. O termo pode ser encerrado por qualquer uma das partes, sem multas e com facilidade de substituição, afinal, há milhões de brasileiros interessados. Além disso, contratar estagiários é garantir entusiasmo, energia, novas ideias e brilho no olho ao seu time!
Os concedentes podem ser, de acordo com a legislação, pessoas jurídicas de direito privado e órgãos da administração pública direta, autárquica e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Profissionais liberais devidamente registrados em seus respectivos conselhos de fiscalização, como médicos, farmacêuticos, advogados, dentistas, engenheiros e outros.
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