Diversas pesquisas mostram expectativas de vida cada vez maiores na população mundial. Nesse sentido, uma nova pauta surge: o que é etarismo e qual seu impacto no ambiente de trabalho? Descubra agora, ao longo desta matéria!
O envelhecimento é um processo natural do ser humano. Apesar disso, muitos discriminam os idosos como se fossem incapazes ou inferiores. Essa atitude, denominada etarismo, é bastante difundida no mercado, gera preconceitos e prejudica a diversidade organizacional.
O termo etarismo é a discriminação com base na idade. Pode acontecer em um escritório quando uma pessoa é tratada de forma diferente dependendo da geração, sendo mais jovem ou idoso. Como quando um jovem é visto como menos experiente ou capaz, ou ao enxergar uma pessoa mais velha como menos produtiva. Essas percepções podem levar a tratamento injusto, como oportunidades reduzidas promoção, menos treinamento e desenvolvimento ou até demissão.
No Brasil, essa prática não é especificamente considerada crime, mas é proibida pela constituição e pelas leis trabalhistas. A Constituição Federal de 1988 proíbe toda forma de discriminação, inclusive de acordo com a década de nascimento e garante direitos iguais aos cidadãos independentemente disso.
Além disso, a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) estabelece punições ao discriminar funcionários por faixa etária e garante a eles os mesmos direitos e oportunidades. Portanto, quem sofre com isso pode solicitar proteção legal.
Na voz do especialista
Para Caio Infante, Co-founder da Employer Branding Brasil: “a pratica é comum e cometida principalmente por pessoas mais novas”. Frases como “Você já não tem mais idade para isso”, “Na sua época não era assim” refletem um preconceito velado, basicamente julgando as capacidades da pessoa por conta dos anos de estrada.
Segundo uma pesquisa do Nube, 80% dos entrevistados lidam bem com indivíduos de maturidades diferentes no ofício, 17% pontuam como evoluem com quem tem mais experiência. Já 1% não gosta de atuar com pessoas da mesma faixa etária e 0,30% diz ter dificuldade de conviver com os mais velhos.
Quais os impactos do etarismo nas empresas?
A discriminação pode ter diversos impactos negativos. Podemos citar alguns, como:
Perda de talentos
O etarismo pode levar à perda de especialistas valiosos, especialmente os mais experientes com habilidades únicas e uma vasta experiência no setor. Por fim, pode afastar candidatos qualificados e levar à dificuldade da instituição em atrair e reter talentos em um mundo cada vez mais competitivo,
Redução da diversidade
A discriminação pode limitar a diversidade das equipes, prejudicando a inovação e a criatividade. Segundo Ronaldo Bias Ferreira Jr., sócio-diretor da um.a Diversidade Criativa: “quando somamos nossas diferenças podemos mudar tudo para melhor e evoluir”. Para isso, é preciso criar espaços para esse tipo de conversa, com ambientes seguros nas organizações, para permitir às pessoas serem quem são.
Riscos jurídicos
Também pode levar a processos judiciais, multas e sanções e isso
prejudica a reputação e as finanças da organizações. Conforme relata o advogado Leonardo Pantaleão, existem medidas a serem tomadas mediante essa condição. Em suas palavras “Uma vez caracterizado esse preconceito, a vítima pode, sem dúvida alguma, questionar esse comportamento de terceiros na esfera judicial.”
Logo, quando pessoas se valem dessas condições para ofender a dignidade, a vítima, sem dúvida, pode pleitear por meio de uma ação penal a responsabilização criminal do ofensor por injúria. Além disso, também é possível solicitar uma reparação no âmbito indenizatório.
Como combater o etarismo e promover a inclusão?
Diante da exposição dos malefícios de um local preconceituoso nesse sentido, há algumas providências para enfrentar esse tipo de situação. Entre elas, podemos listar:
Desenvolvimento de treinamento sobre discriminação e diversidade
Se você quiser evitar reclamações de distinção em sua companhia, seus gerentes e funcionários precisam de treinamento, especialmente sobre discriminação, assédio e diversidade. A educação os ajuda a entender os benefícios da pluralidade e as consequências de atitudes segregatórias.
Fazer cumprir com as políticas definidas
Não basta apenas presumir o entendimento de todos após um workshop sobre o tema. Para exercer a justiça nesse sentido é preciso de uma política claramente definida sobre não tolerar tratamento injusto. Com risco de advertências aos praticantes de provocações, pegadinhas, exclusão de projetos e muito mais.
Revise os processos de contratação
Certifique-se de também não estar segregando acidentalmente nos processos de contratação. Para evitar viés de idade na admissão, considere:
- Remover a linguagem tendenciosa das descrições de cargos, como "recém-formados',' "jovens" ou "enérgicos";
- Não exigir aos candidatos listarem sua data de nascimento nos formulários;
- Evitar estereotipar empregados mais velhos.
Não ser tendencioso em demissões
Quando chegar a hora de demissões, tome cuidado para não basear as decisões no tempo de contribuição. Por exemplo, é uma má ideia demitir alguém porque ele tem a possibilidade de se aposentar em breve.
Humanização dos planos de carreira
A humanização é um dos objetivos de muitas entidades. Uma atmosfera interna humanizada eleva a satisfação e a produtividade da staff. Quando se fala de diversidade e inclusão, a humanização deve ser também parte dos planos de carreira.
Isso pode ser feito a partir da construção de trilhas de carreira para indivíduos com mais de 40 anos, com:
- Criação de cargos, funções e promoções para os associados mais maduros;
- Elaboração de políticas fomentadoras da diversidade etária nos processos seletivos internos.
Portanto, profissionais com mais bagagem são essenciais para agregar conhecimento, tanto para a corporação quanto para o restante do time!
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