Quase um terço dos jovens brasileiros afirma que o seu maior medo é o de contrair doenças. O dado foi revelado por uma pesquisa realizada pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) com 28.607 jovens entre 15 a 29 anos, entre junho e julho. Segundo o estudo, ao serem perguntados sobre o maior medo que possuem, 26, 76% dos entrevistados responderam temer patologias.
Segundo a analista de treinamento do Nube, Skarlett Oliveira, esse resultado pode ter sido influenciado pelo contexto da pandemia.
“Cada vez mais, estamos acompanhando o aumento dos casos confirmados em nosso país e isso pode transparecer às pessoas como o vírus está próximo”, conta.
O medo da morte aparece em segundo lugar, com 18,77% dos entrevistados.
“Dentro do cenário atual, esse é um fator profundo. É muito importante nos mantermos atualizados nesse momento, porém, por conta de muita informação, a insegurança vai crescendo. A dica nesse sentido é: não colocar assuntos sobre a doença como foco dos seus dias, procure pesquisar somente os dados fundamentais e busque fontes seguras para isso”, orienta a especialista. Ainda de acordo com Skarlett, caso a mente não esteja dando conta da carga de notícias negativas e fica focada somente em um determinado assunto, o ideal é buscar a ajuda de um especialista, para tratar e conversar sobre.
Já 16,20% afirmaram ter pavor de enfrentar problemas financeiros. Diante da circunstância vivida nos últimos meses, essa preocupação pode estar relacionada ao âmbito empresarial.
“A incerteza por conta de estarmos vivendo uma crise sanitária, leva ao receio de perder a colocação e, consequentemente, ter dívidas. A situação pede cautela, é imprescindível economizar e realmente reservar o máximo possível. Dessa forma, estaremos preparados diante de uma adversidade”, garante a analista.
O medo de altura aparece em quarto lugar com 15,55%. O nome científico para esse problema é acrofobia.
“Em muitos casos, essa aversão a locais distantes do chão pode ser irracional. O primeiro passo é entender o porquê essa sensação existe. Afinal, a depender da intensidade, pode atrapalhar a vida, como no trabalho, caso atue em um andar alto de um prédio ou em uma simples visita a um amigo. O indicado é consultar alguém especializado para entender melhor em terapia”, explica Skarlett.
Outros 14,22% não querem enfrentar a solidão. Esse desafio pode ter se intensificado nos últimos meses, com as medidas de quarentena. Para quem se sentiu afetado por isso, a especialista defende: “o isolamento social se fez extremamente importante e praticamente obrigatório para a nossa segurança e das outras pessoas. É legal tentar focar nos benefícios da tecnologia e aproveitá-los ao máximo agora. Faça chamadas de vídeo regularmente com familiares e talvez até aquele Happy Hour virtual com os colegas para se sentir mais aliviado até a situação ficar melhor”.
Por fim, 8,49% têm medo de falar em público. Para Skarlett, esse pode ser um empecilho para a trajetória profissional e até mesmo pessoal.
“Essa é uma das competências mais aprimoradas pelos indivíduos, provavelmente porque é muito importante no ambiente corporativo. Muitas atividades não possuem a necessidade de discursar para grandes audiências, mas, uma vez ou outra, é preciso encarar uma reunião, por exemplo” (Com Nube)