Ex-estudantes do ensino médio que iniciam um curso superior devem estar prontos às mudanças e às novidades
Juliana Miranda
Da reportagem local
Divulgação
A transição do ensino médio para a faculdade nem sempre é tranquila e exige adaptação rápida e uma nova postura do aluno
A transição do ensino médio para a universidade é uma fase um pouco complicada para muitos estudantes, já que eles se deparam com muitas novidades neste novo ambiente de estudos. Após tanto tempo estudando em horários rígidos e com atividades impostas, o estudante do ensino médio encontra a autonomia na faculdade, o que pode ser bom ou ruim para o jovem, dependendo de sua maturidade.
De acordo com o diretor-executivo da Perfil de Talentos, Afonso Lamounier de Moura, entrar na universidade com apenas 17 anos é mesmo um grande desafio, que é vencido por poucos. Desde o primeiro ano da faculdade, ele diz que o futuro profissional tem de aprender sua profissão, trabalhar em equipe, ter bom relacionamento interpessoal e outras competências que o mercado de trabalho vai requerer para aceitá-lo. "E o primeiro ano pode ser fundamental para essa caminhada, já que ele não terá mais a ´obrigação´ de ir à aula, mas terá de estudar muito para se tornar um bom profissional", explica.
Moura lembra, ainda, que as tentações serão grandes e o deslumbramento por estar em uma universidade pode ser determinante no fracasso do jovem. Além disso, sua idade não vai favorecê-lo e, por isso, uma boa parte dos graduados desiste, muda de curso mais de uma vez e até se forma, mas não exerce a sua profissão. Para a professora Adriana Aparecida Ferreira de Souza, psicóloga responsável pelo Programa de Apoio Psicopedagógico da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), o jovem que inicia um curso universitário deve estar preparado para um período de intenso estudo e mudança de hábitos: "Certamente ele terá de se debruçar sobre os estudos e, particularmente no primeiro ano, terá de se adaptar a uma nova rotina que inclui o relacionamento com os colegas, a adaptação aos termos da área de estudo e a relação com o círculo pessoal de relacionamento".
A UMC oferece aos estudantes calouros um Serviço de Apoio Psicopedagógico que tem como objetivo justamente ajudar o universitário nessa adaptação escolar.
Segundo o gerente de Comunicação do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), Mauro de Oliveira, a vida universitária é um novo desafio e dedicar-se é muito importante. "O ideal é aprender o máximo, manter contatos com professores e profissionais para também entrar no mercado de trabalho", diz. EstágioSegundo Oliveira, são anos de dedicação, estudando em uma determinada área. Entretanto, já nas primeiras semanas de aula, o aluno constata que apenas a dedicação acadêmica não basta: o "mundo profissional" exige experiência e para articular a teoria aprendida em sala com a prática da profissão, torna-se imprescindível a realização do estágio.
Oliveira diz que, dependendo da área de atuação, a maior dificuldade do estudante é conseguir um estágio no primeiro ano de estudo. "Como ele não possui experiência, nem conhecimentos suficientes na área, torna-se mais difícil conseguir uma vaga no mercado logo no início dos estudos", acrescenta o gerente de Comunicação do Nube.