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Voltados para alunos do ensino médio, médio técnico e de graduação, os programas de estágio tem como finalidade ensinar a eles a rotina das atividades praticadas na área escolhida. E para aqueles que ainda têm dúvidas sobre o curso que estão fazendo, o estágio também serve para que, ali, o estagiário confirme sua escolha ou resolva desistir do curso e procurar outra área.

Quando o assunto é quando começar, os coordenadores de RH concordam: imediatamente! Alguns cursos como os voltados para as áreas administrativas permitem que já no primeiro ano de faculdade o aluno ingresso no estágio. Já cursos mais complexos como os da área de medicina levam um tempo maior para que o aluno obtenha a carga básica necessária de informações para começar a atuar.

Mas o “mar ainda não está para peixes”. De acordo com dados do Ministério da Educação, há no Brasil 4,6 milhões de estudantes no Ensino superior. E destes, apenas 715 mil estão estagiando. Já no Ensino médio e Médio Técnico, os números são piores: 8,9 milhões de estudantes, e somente 385 mil fazendo estágio. Há muitas barreiras a serem enfrentadas.

Como conseguir

Antes de tudo é preciso elaborar um bom currículo e batalhar na sua divulgação. O diretor e presidente da NUBE (Núcleo Brasileiro de Estágios), Seme Arone Junior comenta que alguns dos maiores erros que os candidatos cometem é chegar à entrevista trajando roupas esportivas, chegar atrasado ou mesmo falar gírias e mascar chicletes. “Isso não deve ocorrer nunca!”.

O diretor comenta também que as qualidades que os entrevistadores costumam avaliar são mais voltadas para as características pessoais e conhecimentos básicos. “A empresa que busca estagiário não vai procurar experiência profissional, ela vai ensinar. Então, são avaliadas as aptidões, habilidades, competências, vontade de aprender, iniciativa e pró-atividade”. Outra dica é dominar ferramentas básicas de informática, ter conhecimento em uma língua estrangeira, dominar a língua portuguesa e ter uma boa comunicação.

Como saber se a vaga é boa

É certo que o estagiário é um “profissional mais barato” para a empresa. A legislação em vigor não é bem detalhada para esta ocupação, apenas determina a carga horária de 6 horas diárias de trabalho, assegura-lhe o direito de sair mais cedo do estágio em época de provas sem que lhe seja descontado e direito ao seguro de vida. Bolsa auxílio e outros benefícios ficam a critério da empresa.  Estes fatores levam algumas empresas a contratar estagiário a fim de se ter um profissional temporário, visando ao lucro e não ao ensino da profissão.

Como saber se a vaga é séria e se oferece possibilidades de efetivação é a grande dúvida dos estagiários. A consultora de RH da Catho, Gláucia Santos, informa que “um dos meios de identificar um bom estágio é avaliando as atividades que a empresa pede que ele realize e se estão relacionadas ao curso no qual ele faz”.

Outra dica é procurar observar dentro da empresa se há possibilidades de efetivação, se é uma empresa que está em crescimento e, se possível, verificar o quadro de funcionários: “Quantos estagiários existem e quantos dos funcionários contratados com CLT foram estagiários”. São informações que mostram se o estagiário é valorizado na empresa e se têm chances de crescer ali.

Bolsa Auxílio

Arone Junior explica que área como a da saúde – médico, fisioterapeuta ou mesmo ortopedista – é mais comum não oferecer este benefício por existir um convênio entre hospitais, clinicas e a faculdade, para que seus alunos estagiem, já que estágios nessa área são obrigatórios.

Mas apesar de ser optativa, 95% das empresas que oferecem estágio pagam bolsa auxílio. Dentre as áreas que oferecem valores mais altos está engenharia, estática, matemática, ciências contábeis, biblioteconomia, secretariado, economia e executivo.

Segundo pesquisa realizada pelo NUBE, os valores da bolsa auxílio concedidos variam ente R$ 428,00 e R$ 1.900,00 para alunos do ensino médio, técnico e superior, apresentando uma média das remunerações de R$ 429,94 para ensino médio, R$ 498,37 para médio técnico e R$ 760,78 para superior.

Grandes, médias e pequenas empresas

Há algumas diferenças quanto a atuar em empresas de pequeno, médio ou grande porte. Mas não necessariamente pode ser determinado que, ao escolher uma delas, o estagiário tenha condições de crescimento.

Gláucia comenta que uma grande diferença entre os tipos de empresas esta em sua estrutura. “Uma empresa de grande porte apresenta condições de treinamento de melhor qualidade, além do ambiente físico favorável com sistemas e mobílias”. Outra diferença está nas delimitações das atividades que cada funcionário realiza. “Em empresas menores geralmente ele vai desenvolver atividades vinculadas ao seu curso, mas a própria dinâmica da empresa acaba permitindo que ele supra outras demandas que a empresa tenha”.

Por outro lado, Arone Junior acredita não haver diferença entre empresas grandes e pequenas. “O que existe é empresa rápida ou empresa lenta”. Enfatiza que o estagiário tem que buscar uma empresa na qual ele se sinta bem e tenha chances de progredir. “Em uma empresa pequena, com crescimento rápido, o estagiário pode ter mais chances de crescer do que em uma empresa grande, já estabelecida, com diversos cargos hierárquicos”.

Mas ambos concordam, quanto mais o aluno demorar a estagiar, mais complicada fica a sua entrada no mercado de trabalho, já que atualmente as empresas optam por profissionais recém formados que saem da graduação já com experiência.

Veja a pesquisa salarial no site da NUBE.

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