Quem desvaloriza as próprias conquistas ou teme ser desmascarado como alguém incapaz, talvez esteja lidando com a Síndrome do Impostor. Esse conceito se refere a um padrão de pensamentos e comportamentos onde a pessoa duvida de suas habilidades e considera seu sucesso um fruto de sorte ou circunstâncias, mesmo quando há evidências claras de competência.
Entenda a Síndrome do Impostor
De acordo com a CEO da MF Terapias, Madalena Feliciano, essa percepção muitas vezes está associada a crenças internas de inadequação. “Mesmo ao alcançar resultados positivos, quem sofre com isso tende a atribuir suas realizações a fatores externos, desconsiderando seu próprio esforço ou talento”, destaca. Aspectos como cobranças excessivas na infância ou contextos sociais, principalmente em pessoas introvertidas, podem intensificar o problema.
Para a psicóloga comportamental, Priscilla Souza, em certas ocasiões, as pessoas recorrem a atitudes de proteção temporária. “Esses são mecanismos de defesa, mas a longo prazo podem prejudicar”. Segundo ela, o medo é comum no Brasil. “Quando as crianças são ensinadas a se comparar com os outros, em vez de compreenderem suas próprias habilidades, tendem a focar apenas nos sucessos alheios, minando a confiança. Ao atingirem a idade adulta, é fundamental reconstruir a autoestima para lidar com os desafios do cotidiano”.
Priscilla acrescenta: "quando algo começa a divergir do esperado, o indivíduo se assusta. Isso desencadeia um ciclo de autossabotagem e impede o alcance dos objetivos”. Para evitar essa situação, é crucial ter clareza sobre as metas, o caminho para atingi-las e estar ciente dos possíveis obstáculos.
Nesse sentido, Madalena destaca os principais sinais dessa síndrome:
Sensação de inadequação: sentimento de não merecer suas conquistas pode levar ao isolamento e à perda de oportunidades.
Procrastinação: o medo de não ser bom o suficiente faz o colaborador adiar tarefas importantes.
Autossabotagem: criar obstáculos ou fugir de novos desafios é uma forma de evitar a frustração.
Desvalorização pessoal: tendência a minimizar o próprio valor e criticar-se excessivamente, mesmo ao alcançar resultados positivos.
Rejeição ao reconhecimento: dificuldade em aceitar elogios, desconsiderando qualquer validação externa.
Comparação negativa: olhar para os outros como superiores, almejando padrões inatingíveis de perfeição.
Como superar esse problema?
Para a CEO, essa etapa envolve autoconhecimento e mudanças práticas. “Uma das ferramentas mais eficazes é a hipnoterapia, pois ajuda na reprogramação de crenças limitantes e na valorização das próprias competências”. Além disso, a empresária algumas atitudes importantes:
Compartilhar as inseguranças: conversar com alguém de confiança ou um mentor para receber apoio.
Reconhecer os limites: definir metas alcançáveis e respeitar o próprio ritmo.
Evitar comparações: cada trajetória é única.
Aprender com os erros: encarar os deslizes como uma chance de evoluir e não como provas de incompetência.
Cuidar de si mesmo: práticas como meditação, exercícios físicos e momentos de descanso são essenciais para fortalecer a autoestima.
Embora seja um processo desafiador, é possível superá-lo. “Reconhecer e valorizar as conquistas é o primeiro passo para abandonar esse problema e abraçar o crescimento pessoal e profissional”, conclui Madalena.
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