Nos dias atuais, a diversidade é um tema amplamente discutido e o mundo avançou bastante nesse sentido. Contudo, infelizmente, o cenário segue longe do ideal. Os mais variados tipos de preconceitos estão presentes em todas as esferas da sociedade e, no universo corporativo, não é diferente. Portanto, os líderes devem se manter ligados para melhorar e evoluir nesse aspecto. Nesse contexto, é essencial incentivar essa prática desde a contratação dos estagiários.
Sendo assim, o indicado aos gestores é a busca por equipes de alta pluralidade racial, de gênero, religiosa, inclusão da comunidade LGBTQIAP+, pessoas com deficiência (PcDs) e, se possível, de várias regiões e até países. Dessa forma, esses indivíduos têm a chance de ingressar no mundo laboral, ganhar experiência e mostrar seu valor.
A relevância da diversidade e inclusão
Quando um jovem formado em escola pública e família de baixa renda, chega a um alto cargo ou uma posição de destaque na sua profissão, influencia outros milhões na mesma situação. Essa esperança é muito valiosa e, portanto, não basta apenas falar do assunto, é preciso aplicá-lo no cotidiano.
“A troca constante de ideias entre pessoas com diferentes origens estimula a criatividade e impulsiona a capacidade de adaptação. Em outras palavras, é um diferencial comercialmente falando e também desempenha um importante papel na transformação social”, comenta a analista de treinamento e desenvolvimento do Nube, Renata Blumtritt.
O Brasil é reconhecido por sua variedade, tanto cultural quanto racial e isso influencia diretamente os diferentes perfis presentes no mercado. Com 56% da população brasileira composta por pessoas negras, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, sendo a maioria na sociedade, é surpreendente em estudos sobre comportamento de consumo mencionar tão pouco esse público, parecendo ausente.
Os conselhos das organizações representam os espaços onde as decisões são efetivamente tomadas e eles são compostos principalmente por homens brancos. Apenas 16% das instituições no Brasil têm mulheres liderando a administração, de acordo com o estudo "Mulheres na Liderança" da Teva Índices. Segundo a Fundação Getúlio Vargas - FGV, a participação das colaboradoras negras diminuiu durante a pandemia. Apenas metade desse grupo estava empregado (51,2%).
No entanto, a diversidade está diretamente relacionada ao aumento da lucratividade dos negócios. Existem pesquisas conceituadas, como as de Harvard, comprovando esse fato. Essa movimentação e inclusão da heterogeneidade nas empresas podem trazer grandes oportunidades de negócios. “Promover ambientes plurais traz benefícios, como a melhoria das relações, pois experiências e pontos de vista diferentes trazem um leque mais abrangente de percepções para tomada de decisões e inovação. A reputação da marca passa a ser positiva para o mercado e a sociedade. Isso mostra a preocupação genuína em ser um referencial em tratar pessoas de forma humana e respeitosa despertando nos colaboradores a vontade em permanecer no local e abrindo portas para mais talentos”, complementa Renata
A igualdade de gênero é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pelo Pacto Global da Organização das Nações Unidas - ONU. Conforme levantamento da LHH, essa equidade contribui, em média, com 21% para o lucro e impacta a imagem da marca junto aos clientes. Os locais com elevação na presença feminina em até 30% nos cargos mais altos tiveram elevaram em 15% a rentabilidade.
O desafio está em encontrar maneiras práticas de tornar o ambiente corporativo mais diversificado. Um dos primeiros passos é promover discussões e abordar o tema em todas as esferas organizacionais, a fim de criar uma cultura bem estabelecida. Afinal, quando há uma homogeneidade excessiva de pensamentos, as chances de encontrar soluções efetivas para problemas são menores em comparação a ter ideias variadas trabalhando juntas para resolver tais questões.
“A liderança é um elemento fundamental para o sucesso e a sustentabilidade de qualquer organização. Eles devem dar o exemplo, agindo de acordo com os valores de inclusão, tratando todos os membros da equipe com equidade. Gestores atualizados são entusiastas do feedback recorrente, dispostos a aprender e se adaptar, além de reconhecer o valor de cada indivíduo. Eles devem sempre buscar ser flexíveis em suas abordagens, adotando diferentes estilos de comando para se adequar às necessidades do time”, conclui a especialista.
Fonte: Renata Blumtritt, analista de treinamento e desenvolvimento do Nube
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