Considerando o alto fluxo de transformações nos últimos tempos, alguns profissionais ainda se questionam sobre o impacto delas a médio e longo prazo. Atualmente, grande parcela das companhias estão revendo suas condutas em prol da adoção de novas tendências na cultura organizacional. Antes de tudo, é preciso se adaptar a esse ritmo acelerado de mudanças para conseguir uma boa posição no mercado. Nesse contexto, novas habilidades e protocolos são exigidos para alcançar uma estabilidade nos mais variados setores de atuação. Sendo assim, saiba como acompanhar as novidades é fundamental para ganhar maior vantagem competitiva.
A cultura organizacional focada no colaborador
Evidentemente, a pandemia trouxe mudanças urgentes para a sociedade. O trabalho remoto, por exemplo, permitiu a conexão entre funcionários e estabelecimentos dos mais variados estados ou até mesmo países. Em meio a essa grande troca informacional, os interesses mudaram juntamente das possibilidades. Desde então, os indivíduos procuram cada vez mais a satisfação laboral e pessoal.
Nesse sentido, as companhias têm investido seus esforços na oferta de uma boa jornada do staff a fim de proporcionar uma boa vivência e perspectiva profissional. "Atualmente, nosso principal desafio é oferecer, de maneira equilibrada, uma cultura de segurança psicológica, e manter as pessoas boas nos lugares certos para se desenvolverem profissionalmente. Por isso, temos buscado proporcionar cada vez mais experiências positivas para os colaboradores”, pontua Maria Ottilia Duarte, head de Employee Experience e Desenvolvimento do Pravaler.
Ademais, é necessário repensar as estratégias fortalecedoras do ponto de vista positivo do escritório. Quando o objetivo é encontrar e reter talentos, é indispensável fazer jus a esse membro tão importante para equipe. “A última pesquisa do GPTW mostrou como 95% dos profissionais avaliam a empresa como um ambiente desafiador e com segurança psicológica (a segurança de poder ser você mesmo). Fechamos 2022 com o melhor resultado de eNPS da história da edfintech, indicando como os colaboradores recomendam a instituição para outras pessoas trabalharem. Estar em um terreno fértil assim, é fundamental para o trabalho de Gente e Gestão”, completa Maria.
O atual cenário do mercado de trabalho
De acordo com a Pesquisa Gartner Workforce Change, em 2016, 74% dos entrevistados estavam dispostos a mudar comportamentos operacionais para acompanhar as modificações organizacionais. No ano passado, esse número caiu para 38%. Nessa conjuntura, percebemos a indispensabilidade de oferecer o melhor para o seu quadro em troca de um maior engajamento. Pensando em auxiliar aqueles em busca de se destacar, elencamos alguns dos principais marcos do mercado de trabalho. Fique por dentro!
Flexibilização da rotina: conforme estudo realizado pela Revelo, 83,4% preferem a flexibilidade proporcionada pelo home office, enquanto 16,2% priorizam o regime híbrido. Esse cenário é consequência da mudança de hábitos e opiniões durante a pandemia. Não gastar tempo parado no trânsito e poder viajar ou passar mais tempo com a família são apenas alguns exemplos de preferências. Durante o isolamento social, houve uma descentralização da força de trabalho e muitas pessoas saíram das grandes cidades em busca de mais qualidade de vida e custos menores.
Logo, um grande desafio tem sido a decisão sobre os formatos de atuação e como adaptá-los igualmente à realidade de todo o time. “Apesar dos movimentos de retorno ao presencial de grandes companhias tecnológicas, testemunhados meses atrás, já podemos ver algumas reconsiderando ou avaliando outras modalidades como, por exemplo, ida ao escritório uma vez ao mês ou a cada trimestre para ações presenciais com a equipe. O grande desafio das organizações será equilibrar as expectativas das pessoas atuando nas empresas com suas lideranças”, comenta Katiuscia Teixeira, Chief Human Resources Officer (CHRO) da Zenvi.
Ambiente de atuação: na atual conjuntura, esforços devem ser voltados para manter o senso de pertencimento, cultura e interação com todos. Inclusive, estudos da Gartner afirmam como os investimentos em ambientes totalmente virtuais aumentarão significativamente, na busca por criar cada vez mais experiências imersivas e tecnológicas nos “intraversos” (metaversos de cada organização). “Não estamos falando de aumentarmos o volume de reuniões nas diversas plataformas de videoconferência. Trata-se de outra forma de se relacionar e viver momentos, explorando tecnologias imersivas. Aqui, mais uma vez, há um impacto nos espaços físicos. Como conectar o on-line e o off-line de forma realmente interessante, intencional e com propósito? Os gestores devem refletir sobre isso”, complementa a especialista.
O ser humano é o foco: a vida pessoal e laboral nunca estiveram tão unidas como antes. Como vimos, as pessoas estão focando cada vez mais em si e não apenas na carreira, dinheiro e crescimento salarial rápido. Consequentemente, a saúde mental e o equilíbrio entre as atividades estão em alta. “One size doesn't fit all. O mercado tem olhado cada vez mais para a experiência do cliente e o conceito de customer centric, também aplicado à gestão de pessoas. Consoante a um estudo do Gartner, fornecer uma abordagem centrada no ser humano pode ver a fadiga da força de trabalho reduzir em até 44% e o desempenho melhorar em até 28%”, ressalta a entrevistada.
A volatilidade das oportunidades: ultimamente, as corporações estão vivendo altos índices de turnover e, não é à toa, a pauta de aquisição de talentos e retenção está tão presente nas organizações. São muitos movimentos ocorrendo simultaneamente, tais como o great resignation, burnout, quiet quitting, fatfire, além dos layoffs como forma de adequação ao cenário econômico global. “Em um futuro próximo, vejo muitas organizações lutando para garantir consistência e estabilidade em suas operações, tendo em vista a volatilidade do serviço. O desafio será olhar para os processos, documentações e gestão do conhecimento, além de proteger os talentos dos quais não pode perder”, explica Katiuscia .
A diversidade, equidade e inclusão estão em alta: a Gartner ainda prevê, até 2025, a correção das disparidades salariais documentadas entre gêneros, diminuindo o número de desligamentos femininos em 30%. “Com a pressão social e de investidores para demonstrar D&I, mais e mais firmas tornarão públicas suas informações sobre diferenças salariais. O fortalecimento do tema ESG contribui com esse movimento, responsável por acelerar práticas de diversidade, equidade e inclusão”, analisa Katiuscia .
A competência das lideranças: a exigência a respeito dos líderes é intensa. Com as inúmeras discussões sobre a gestão de pessoas e dinâmicas, será preciso olhar para o indivíduo de forma completa. “Além da competência de gerir os negócios e pessoas, agora também será ainda mais exigido os líderes serem autênticos, empáticos e adaptáveis. Há um novo apelo à liderança: liderança humana”, conclui a CHRO da Zenvi.
Torna-se evidente, portanto, a necessidade de saber onde se quer chegar. Para alcançar seus objetivos, é preciso correr atrás de informações e fomentar a capacitação. Afinal de contas, o jogo mudou. Por essa razão, é tão pertinente se adaptar e agregar no meio corporativo.
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