A resposta da nossa mente para esse caos trazido pela pandemia, são desequilíbrios como estresse, ansiedade generalizada, pânico e outros sintomas decorrentes. Por isso, além de estarmos atentos aos aspectos físicos e biológicos relacionados à nova doença, cabe também analisarmos outros aspectos voltados para o mental e emocional das pessoas.
O caos foi generalizado, mas tem volta!
Segundo pesquisa do instituto Ipsos, encomendada pelo Fórum Econômico Mundial, 53% dos brasileiros declararam bastante ou pouca piora no bem-estar mental no último ano. Essa porcentagem só é maior em quatro países: Itália (54%), Hungria (56%), Chile (56%) e Turquia (61%). Em março do ano passado, 41% relatavam sintomas como ansiedade, insônia ou depressão já por consequência do distanciamento social.
Outros estudos sobre o mesmo tema também trazem dados preocupantes. Um deles, publicado pela Fiocruz com outras seis universidades em meados do ano passado, dizia: “sentimentos constantes de tristeza e depressão afetam 40% da população adulta e a sensação frequente de angústia e nervosismo foi relatada por mais de 50% dos inidvíduos”.
Na pesquisa do Ipsos, ao serem questionados sobre quando esperavam voltar à normalidade como era antes da Covid-19, metade dos entrevistados disse esperar o quanto antes. Pouco mais de um terço (35%), porém, acreditam na melhora com um pouco mais de tempo. “Todo esse cenário nos fragilizou. Sujeitos sem histórico de transtornos sendo acometidos por ataques de pânico e inquietação. Quem já tinha algum tipo de doença psiquiátrica precisou de um suporte maior. É difícil ficar indiferente a todos os acontecimentos”, afirma a psicóloga mestre em saúde coletiva e pós-graduada em psicossomática contemporânea, Flávia Teixeira.
Segundo a psiquiatra na Escola Paulista de Medicina Unifesp e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), Danielle H. Admoni, o estresse, associado a outros fatores, como risco de doenças, problemas econômicos, confinamento ou abuso de álcool e solidão, funciona como estímulo ao sistema nervoso central. Isso pode não reagir adequadamente e desencadear sintomas de depressão ou outros transtornos.
Pensando nisso, as especialistas elencaram algumas dicas para te ajudar a passar essa fase de forma mais leve. Veja:
Entenda quais são os seus limites
Durante essa grande instabilidade por causa do coronavírus, os seres humanos sentiram como se perdessem o controle sobre suas vidas. “Nesse momento de incertezas, tente basear suas escolhas em fontes confiáveis de informações e diretrizes, como instituições acadêmicas ou governamentais. As decisões não precisam ser tomadas com sofrimento, como voltar a trabalhar presencial ou continuar em home office”, diz Flávia.
Para Danielle, pouca gente tem consciência da importância de buscar atividades prazerosas. “Portanto, se você descobriu algo interessante na quarentena e até te fez esquecer desse caos por alguns instantes, não pare de praticar. Seja individual ou com alguém, realizar novas tarefas mantém sua mente ativa e saudável”, pontua.
Não faça do álcool a sua válvula de escape
Na quarentena, muita gente se voltou para seus métodos habituais de lidar com a exaustão e a solidão, como o consumo de álcool e drogas. No ápice do isolamento social, com menos interação com colegas e familiares, foi muito fácil perder o comando das situações. “Se continuar com essa atitude, terá uma conta alta em breve, aumentando ataques de pânico e outros sintomas psiquiátricos. Pior: o impacto cerebral desse uso abusivo pode perdurar por muito tempo, mesmo quando acabar a pandemia”, alerta a psiquiatra.
Portanto, fique firme e procure um especialista. Certamente, vencemos essa etapa e ela nos fará ultrapassar os obstáculos. Se estiver consciente dos cuidados e precauções, munido de referências corretas, você poderá encarar essa condição da maneira mais tranquila e sem desespero.
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