A comunicação é um fator primordial em qualquer contexto, seja pessoal ou profissional. Cada vez mais as empresas buscam profissionais alinhados com as necessidades do mercado, mas além das habilidades técnicas, o mais importante são as competências comportamentais.
Competência de se atentar plenamente
A escuta ativa verdadeira é a competência de manter atenção plena à mensagem transmitida pelo interlocutor, utilizando todos os elementos para compreender e receber as informações estrategicamente. Essa habilidade no diálogo contribui para entender melhor os indivíduos e reagir de forma mais assertiva nas diversas situações.
De acordo com o economista e mestre em filosofia, Matheus Jacob, existe uma visão limitada dessa tática, como nos comerciais de margarina onde tudo acontece perfeitamente. “É uma habilidade extremamente estratégica. Ao longo da história, pessoas de poder são citadas com esse foco e tiveram grandes conquistas, pois eram extremamente capazes de ler e fazer essa análise do outro”.
Ajuda a reduzir ruídos e desgastes
As relações são complexas e cada circunstância exige uma postura distinta. Entretanto, saber ouvir de verdade ajuda a diminuir ruídos e desgastes nas interações. “Quando se fala de escuta, apesar de usar esse verbo relacionado a audição, estamos nos referindo a uma capacidade de ler todos os sinais ao seu redor, sejam visuais, textuais, sonoros, elementos contextuais, enfim. É estar 100% atento a tudo transmitido pela outra parte e ser capaz de compreendê-la”, destaca.
Juliana Braga estuda letras, em Ribeirão Preto. Estagiária na área, ela conta ter sido mal interpretada em contextos profissionais, então utiliza sempre as melhores estratégias, tanto para se expressar, quanto para receber informações dos outros. “Tomo o maior cuidado para ser clara e objetiva, além de me esforçar para entender as pessoas ao meu redor com precisão”, conta.
Benefícios de se atentar a isso
Desde quando começou a se policiar quanto a isso, ela obteve bons resultados nos relacionamentos construídos em sua vivência profissional e pessoal. “Tanto na faculdade, quanto no estágio, com meus amigos, familiares, ter esse esforço é ótimo para evitar desavenças”, complementa.
Jacob também diz ser fundamental aprender a interpretar a imagem pessoal, o tom de voz e as linguagens não verbais - basicamente saber reconhecer nas entrelinhas aquilo dito e expressado pelas pessoas na totalidade. Para colocar em prática, o especialista cita dicas de como desenvolver a verdadeira escuta ativa:
- Incorporar repertórios de classificação de indivíduos, como o tipo de roupa, os arquétipos e simbolismos, tipo de comunicador, se tem perfil de liderança, perfil de negociador ou outro;
- Estar presente e atento ao discurso do orador, prestar atenção em todos os detalhes verbais e não verbais. Citar exemplos usados na fala escutada, confirmar informações, questionar, evitar distrações;
- Validar aquilo dito, acolher sem julgar e dar um feedback de acordo com a compreensão da mensagem.
Essa é uma ferramenta em alta, segundo o economista, porém é preciso treinar e desenvolvê-la. Com essa característica na rotina, há um grande potencial de gerar mais estratégia, empatia e menos conflitos na resolução dos desafios das organizações.