A transformação profunda em relação às empresas e empreendimentos já começou. A provocação da existência de um “novo normal” começa a indicar os cenários redesenhados no mundo pós-coronavírus. Nesse sentido, é necessário adotar um novo padrão para sobreviver em meio à crise.
Pensar fora da caixa é essencial
Segundo o especialista em inovação e criatividade, professor Marcelo Pimenta, é preciso ter cuidado com essa expressão, utilizada para explicar uma realidade inédita para a sociedade. “‘Normal’ vem de norma e mesmo com a existência de protocolos a serem seguidos. São os modelos de negócios inovadores, os quais fogem do padrão, os exemplos de quem vencerá a crise. Isso não significa apenas deixar de cumprir regras, mas surpreender o cliente com uma oferta de valor significativa”, aponta.
Ainda para Pimenta, mesmo com a loja fechada ou com a fábrica em pouca operação, é preciso faturar. Para ele, é vital “fazer algo capaz de entregar valia, à distância ou de outra forma criativa. No entanto, ficar parado pode ser a pior das escolhas em um momento como esse”, explicou.
Adaptabilidade: um conceito valioso
O também professor da ESPM e consultor do Sebrae Nacional, explica como os negócios precisam estar de olho no consumidor, pois ele está experimentando outras possibilidades: aulas on-line, delivery, ginástica em casa, etc. Ele vê uma série de mudanças acontecendo responsáveis por moldar um novo perfil de consumo. “O cliente começa hoje a provar algumas inovações. Nesse sentido, as companhias precisam ser redesenhadas para prosperarem amanhã”, destaca.
Design centrado no ser humano
Como especialista em design thinking, Pimenta ministra diversos cursos pelo Sebrae Nacional. O último aconteceu em Roraima, na modalidade aberta e gratuita. Pimenta vê essa ferramenta, centrada no ser humano, como a abordagem mais adequada para se conectar com o público de uma marca.
Outro ponto crucial para enfrentar 2021 e seus obstáculos é a análise assertiva de metas. A pandemia causada pela Covid-19 escancarou a necessidade da transformação digital se tornar uma realidade em todos os setores. Muitas entidades já vinham se adaptando e outras começaram a realizar o processo às pressas.
Entretanto, um fato é verdade: as estratégias de trabalho vinham evoluindo nos últimos anos, mas as métricas e a governança não acompanharam o mesmo ritmo. Segundo a pesquisa da Deloitte “Tendências globais de capital humano 2020”, as organizações devem buscar novas formas para encontrarem estatísticas relevantes e acionáveis.
Estatísticas e métricas devem nortear a operação
Isso pode ser obtido por meio de ferramentas de people analytics capazes de basear decisões sobre riscos e oportunidades críticas de capital humano, mesmo diante de incertezas sobre o futuro, a força e o local de trabalho. Ainda de acordo com o estudo, a demanda por novos insights da força corporativa é cada vez maior e global.
Segundo André Franco, CEO do Dialog.ci, os dados se tornam fundamentais e são uma estratégia para as necessidades do futuro. “Por meio deles é possível detectar e analisar mudanças e tendências internas ou externas. Além disso, possibilitam aos líderes e gestores a perspectiva e planejamento vitais para anteciparem e enfrentarem os desafios do ambiente corporativo em constante transformação”, revela.
Evite perder a vantagem entre a concorrência
Se a administração não utiliza data e ponderações para gerenciar seus talentos, correm o risco de perderem vantagem competitiva. “É fundamental ter uma boa comunicação e verificar se essa informação está chegando até os colaboradores. Também é necessário um processo de construção de marca, no qual um propósito possa guiar toda a operação”, conclui.