Diante de transformações advindas da pandemia, a educação brasileira sofreu alterações profundas e capazes de impactar o amanhã. Saiba mais lendo essa matéria!
Segundo conferência, organizada pelo Instituto Internacional da Unesco para a Educação Superior na América Latina e no Caribe (Iesalc), existem avanços, mas também desafios a serem enfrentados diante dos novos obstáculos impostos pela pandemia da Covid-19.
Dados e informações sobre o estudo
Entre 2000 e 2018, o acesso ao ensino superior cresceu em todo o mundo. A taxa bruta de matrículas (percentual da população matriculada em relação à total na faixa etária recomendada) saltou de 19 para 38%. Na região da América Latina e Caribe, apresentou o segundo melhor resultado do mundo, a taxa bruta subiu de 23% para 52%.
Outro resultado a ser celebrado foi o crescimento do acesso das mulheres à graduação. Depois de 19 anos, a elevação sinaliza a existência de políticas adotadas para assegurar a igualdade entre gêneros na região.
Desigualdades e desafios
Porém, se há ventos de mudança soprando em algumas direções, em outras, as transformações permaneceram adormecidas. Quando observada a relação entre a inclusão na faculdade, perfil social e econômico dos ingressantes, é perceptível como ainda concentram-se nos estratos mais abastados da sociedade.
O percentual de crescimento entre os mais pobres, em toda a região, entre 2000 e 2018, foi de 5%; entre os mais ricos, no mesmo período, de 77%. Com a pandemia, cenários de exclusão acentuaram-se.
Para Francesc Pedró, diretor de Unesco Iesalc, surgem alguns questionamentos: “como garantir às populações menos abastadas as mesmas oportunidades? Quais iniciativas estão sendo tomadas pelas instituições para favorecer a entrada, em particular, dos grupos mais vulneráveis? Pensando no futuro, como democratizar, ainda mais, a admissão em uma universidade?”, indaga.
Pedró alerta como as condições adversas foram agravadas pela crise. “Nosso contexto atual é adverso. O cenário político e econômico não é favorável, mas convido as escolas a se manterem firmes. Nosso compromisso é com a democratização do acesso”, afirmou o dirigente.
O diretor aconselha ainda para reitores, professores universitários e docentes a “sair às ruas em busca dos alunos”. “Quem não está matriculado deveria estar, precisam ser encontrados. As entidades devem atuar como “alma mater”, ou seja, a mãe das almas. Devemos encontrar os graduandos mais vulneráveis e assegurar a eles boas condições de estudo”, diz.
A vice-presidenta da Associação de Universidades do Grupo Montevideo e reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida, salientou como no Brasil, o sistema é distinto: “11,6% das matrículas estão concentradas em instituições de públicas e as outras 88,4% em particulares”, salienta.
A dirigente destaca medidas adotadas no país para tentar assegurar um maior número de jovens na modalidade. Ela lembra como entre 2005 e 2018, o número de educandos saltou de cerca de 550 mil para mais de 1,3 milhão.
O Plano Nacional da Educação estabelece como meta 33% de quem está entre 18 e 24 anos, ingressarem no terceiro grau até 2030. Em 2018, este percentual chegou a 23%. “Houve uma grande expansão em nosso sistema federal de educação no período”, destacou a reitora.
As mudanças do sistema educacional estão sempre acontecendo. Por isso, é importante ficar por dentro das novas tendências. Acompanhe as matérias e conteúdos do Nube para mais dicas e orientações sobre o mercado de trabalho e a educação.