A educação como conhecemos hoje é resultado de diversas mudanças e conquistas ao longo da história. Nos séculos XVIII e XIX, até meados do século XX, por exemplo, apenas homens de famílias nobres ou ricas poderiam ter acesso à educação básica. Para isso, deveriam recorrer às escolas religiosas ou aos colégios das grandes cidades.
O estabelecimento de metas para o ensino e a construção de universidades e centros de pesquisa, por exemplo, só foram possíveis graças ao esforço de muitas pessoas, a maioria delas pouco destacadas. “Esses personagens foram fundamentais o país se modernizar. Claro, ainda temos um longo caminho a seguir, mas se chegamos até aqui, foi porque eles não desistiram e enxergaram na educação o melhor caminho para transformação”, afirma Cláudio Falcão, diretor do Sistema de Ensino pH, também com atuação no Rio de Janeiro.
Poucos são, como Paulo Freire, os nomes conhecidos por seus feitos. Pensando nesse contexto, o Sistema de Ensino pH selecionou cinco personalidade de grande contribuição, mas não tão conhecidos pela maioria.
Maria Nilde Mascellani (1931 – 1999): foi responsável pela criação e coordenação do Serviço de Ensino Vocacional (S.E.V.) no estado de São Paulo. Durante a década de 1960, a organização estimulava a autonomia dos alunos em sala de aula, e levava em conta o contexto no qual eles estavam inseridos. Uma das medidas inéditas na época foi instituir a autoavaliação e substituir notas por conceitos. Também foi uma das fundadoras da equipe Renov, um centro de suporte de projetos, pesquisas e planejamento baseado na defesa dos direitos humanos. Ela foi perseguida e presa durante a ditadura militar. Ao ser libertada, passou a lecionar na Faculdade de Psicologia da PUC-SP.
Anísio Teixeira (1900-1971): foi um dos primeiros a lutar pela existência de escolas públicas desde o maternal até o ensino superior. Segundo o jurista baiano, a educação não era um privilégio e, portanto, deveria ser gratuita para toda a população. Foi um dos 26 nomes a assinar o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932, o qual defendia o ensino integral, público, laico, obrigatório e municipalizado. Hoje, ele dá nome ao Inep, autarquia responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Darcy Ribeiro (1922 - 1997): foi um antropólogo, escritor, político e lutou pelo ensino integral gratuito e, principalmente, pela causa indígena. No estado do Rio de Janeiro, implantou os Centros Integrados de Ensino Público (CIEP), com foco em assistência a crianças, além de atividades recreativas e culturais. Como Ministro da Educação do Brasil (1962 – 1963), executou diversas e profundas reformas, como medidas para intensificar a escolaridade no país e ampliar as matricular em escolas, além de criar o Fundo Nacional de Educação, cujos recursos seriam divididos entre os níveis primário, médio e superior. Outros de seus projetos foram o Parque Indígena do Xingu e o Memorial da América Latina, além de ter dado origem a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB).
Nísia Floresta - pseudônimo de Dionísia Gonçalves (1810 – 1885): foi uma das primeiras mulheres a escrever para jornais, logo no início da imprensa brasileira, além de ser pioneira na luta pela educação das moças. Fundou o Colégio Augusto, no Rio de Janeiro, direcionado para meninas. Durante 17 anos, propôs o ensino de ciências, línguas, história e educação física, assuntos, na época, direcionados apenas para homens. Seu colégio se destacou por oferecer conteúdo de qualidade ao sexo feminino em uma época sem espaço para esse nicho.
Fernando de Azevedo (1984 - 1974): foi responsável pela elaboração do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, no qual defendia a reforma brusca do ensino. Realizou diversas reformas no Código de Educação, além de ter fundado a Biblioteca Pedagógica Brasileira (BPB) e ter sido presidente da Associação Brasileira de Educação e da III Conferência Mundial de Educação.
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