O aquecimento global tem se tornado um dos grandes desafios da atualidade. Eventos climáticos extremos decorrentes do colapso climático, como tempestades, secas intensas, alteração nas temperaturas e no regime das marés, acendem o sinal de alerta em todo o mundo. Documento divulgado recentemente pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas reafirma a necessidade de limitar o aquecimento do planeta em até 1,5ºC em relação ao período pré-industrial para evitarmos um cenário sem retorno.
“Estamos chegando em uma etapa da vida na Terra na qual é preciso passar por grandes mudanças, alterando nossos hábitos e vivendo de modo mais simples. Todos nós, precisamos gastar menos energia, economizar água, plantar árvores”, explica a professora titular sênior do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, Vera Imperatriz Fonseca. Para ela, não é mais uma decisão apenas governamental.
Pensando nisso, a Rede de Especialista listou seis atitudes simples para auxiliar no problema:
1. Consuma menos carne: a agropecuária é a principal responsável pela emissão de gases de efeito estufa no Brasil. De acordo com o último relatório do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), mais de 70% dos lançamentos totais do país estão ligadas à atividade, levando em consideração o desmatamento para pastagem, adubação, o metano emitido pelo gado e o transporte dos produtos. Nesse sentido, uma alimentação mais diversificada, além de saudável, contribui o ambiente.
2. Não desperdice: o relatório do Painel Intergovernamental aponta para cerca de um terço de todo a comida produzida ser desperdiçada em algum ponto da cadeia. O planejamento das compras ajuda a evitar o desaproveitamento. Além disso, vale apostar na compra de frutas, legumes e verduras não tão bonitos nas prateleiras do mercado, mas ainda em condição de consumo. Normalmente, esses produtos ainda têm preços mais baixos.
3. Dê preferência a mercadorias locais: procurar fornecedores perto de casa também é uma ótima opção. Além de fomentar a economia da região onde você mora, auxilia a diminuir a irradiação de CO2 liberado com o deslocamento dos itens.
4. Busque alternativa para o transporte: caminhar faz bem à saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 150 minutos de exercício físico leve ou moderada por semana. Isso equivale a cerca de 20 minutos de caminhada por dia. Por isso, percorra pequenas distâncias a pé, deixando o carro na garagem. Além de queimar calorias, a escolha reduz a difusão de gases prejudiciais.
5. Consumo consciente: roupas podem ser compradas em brechós ou adquiridas em novas modalidades, como aluguel ou troca de peças. É possível investir em objetos duráveis e de melhor qualidade. Evitar a compra de meios descartáveis também diminui a produção de lixo.
6. Cobre políticas públicas: tais como ações para parar o desmatamento e proporcionar a adoção de opções de mobilidade urbana. Exija o comprometimento de governantes com essa temática e acompanhe as promessas dos candidatos eleitos.
James Hansen é diretor do Instituto Goddard e Estudos Espaciais da Nasa. Para ele, o principal causador do problema é a própria ação humana. “É pouco provável as ações para reduzir as emissões de gases alcançarem os resultados necessários enquanto o público não reconhecer o quanto a mudança climática está ocorrendo pelas nossas mãos”, afirma.
Portanto, é hora de olhar para seus hábitos e rever alguns costumes. Nossa casa está doente, precisamos tratá-la!