As orientações de todo o conteúdo programático de concursos estão, quase sempre, muito bem detalhadas nos editais. As informações sobre a redação nem sempre são tão claras assim. Nesse quesito, as mulheres saem na frente e ganham a liderança dos homens que desejam uma vaga em concurso. Uma pesquisa diz que elas têm um índice maior de aprovação porque se dedicam mais à leitura.
Uma das avaliações mais importantes, utilizadas em seleções, concursos e vestibulares, as redações são um obstáculo cheio de pedras nos caminhos de alguns candidatos. Uma pesquisa, realizada pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), com o objetivo de comparar o desempenho de candidatos nas redações, avaliou o desempenho de 1.147 participantes em busca de uma colocação no mercado. O estudo foi realizado durante todo o ano passado e apresentou resultados curiosos.
O índice de aprovação das mulheres foi maior. No total, 85,5% delas foram aprovadas nas avaliações. Os homens tiveram um desempenho menor, e apenas 80,7% foram aprovados. De acordo com o coordenador de recrutamento e seleção do Nube, Erick Sperduti, "as candidatas se interessam mais pela leitura, seja em romances, revistas etc". Dessa forma, absorvem um maior repertório de palavras e estabelecem uma maior concordância no momento de elaborar uma redação.
Também foi observado que a reprovação é maior entre os estudantes de 15 a 18 anos (27,5%) em relação a 19 a 25 anos (16,5%). No ensino médio, 26,1% são reprovados e no superior 17,4%. Segundo Sperduti, o jovem do ensino médio ainda não possui uma variedade de vocabulário, com relação aos demais, dificultando a elaboração de um bom texto. Somado a esse fator, essa faixa etária tem a falta de interesse em escrever. "Navegar na web, ouvir rádio e ver televisão são mais atrativos para esse público", diz ele.
No topo dos bons resultados nas provas de redação, estão os cursos de direito (90%), engenharia civil (88%) e engenharia mecânica (86%). Em contrapartida, estudantes de turismo (66%), educação física (33%) e publicidade (27,5%) têm as piores notas nas provas.
Para o especialista, uma boa alternativa é aproveitar o valor mais acessível dos livros: "Livrarias oferecem promoções com queda constante. Alguns aplicativos da internet favorecem, de uma maneira mais prática, o incentivo à leitura e escrita. Isso pode ajudar muito o jovem em busca de sucesso em processos seletivos", explica.
Sperduti ressalta ainda que é importante organizar os assuntos a serem redigidos. "Tudo precisa ter uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão, ou seja, um começo, meio e fim", finaliza Sperduti.
O primeiro passo para uma boa redação é ler todo o tema. Ele pode ajudar a compreender a todas as nuances do tema. Anote todas as ideias que aparecerem na cabeça. Ao pensar sobre o tema, não deixe nada de fora e procure pontos em comum que possam unir vários desses tópicos para que façam parte de um parágrafo. Feito isso, com todas as ideias já divididas, o texto deve ser iniciado pelo desenvolvimento.
Na introdução, o ideal é fazer um resumo dos parágrafos do desenvolvimento. A conclusão abre a última etapa. Ela deve ser escrita com indicação de soluções ao que se tenha apresentado e alternativas para os problemas listados. A penúltima etapa é passar a limpo a redação, que deve ser escrita com uma letra legível, afinal, quanto mais fácil for a compreensão de quem vai avaliá-la, mais fácil conseguir ser aprovado. Finalmente, corrija os possíveis erros de português, falta de clareza e objetividade que ainda tenham ficado no texto.