Atualmente, a mudança de trajetória profissional é uma realidade cada vez mais frequente na vida da população.
O ambiente corporativo passa por transformações constantes devido aos avanços tecnológicos, flutuações econômicas e exigências do mercado.
Nesse cenário, é comum os indivíduos sentirem a necessidade de enfrentar novos desafios, aprimorar habilidades e explorar diferentes campos de atuação.
Essa transição pode ser motivada por vários fatores, como insatisfação com a posição atual, busca por maior realização pessoal, adaptação às tendências ou até mesmo por um chamado interno de autodesenvolvimento.
Contudo, esse processo não é simples e requer planejamento, coragem e resiliência. Atualmente, essa mudança de rota é impulsionada pelo acesso a informações e recursos on-line, ao possibilitarem a busca por conhecimento, o contato com integrantes de outros setores e a identificação de oportunidades.
Além disso, as empresas estão cada vez mais receptivas a profissionais com histórias não lineares, reconhecendo a importância da diversidade de experiências e competências. Nesse sentido, o estágio é uma maneira poderosa para iniciar em um novo cargo.
Tenha sucesso nessa transição
Com um cenário tão dinâmico, especialmente por conta das inovações, é essencial cultivar flexibilidade e adaptabilidade para enfrentar mudanças construtivamente. Um exemplo notável foi a adoção generalizada do home office.
Antes pouco adotado, em 2020, tornou-se praticamente a única opção viável. Desde então, ficou comprovado como é possível manter níveis de produtividade atuando remotamente.
Segundo o relatório "Protegendo o Futuro do Trabalho" da Kaspersky, 53% dos brasileiros consideram mudar de emprego. "A insatisfação impacta nos resultados apresentados e na saúde mental.
Apesar do medo, o risco pode valer muito a pena" comenta a supervisora do Nube, Kelly Querido. As motivações para tal decisão são variadas, abrangendo desde a busca por salários atrativos até o desejo de equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
É natural ansiar por novidades, muitas vezes sendo a escolha mais saudável. Contudo, esse processo envolve algumas considerações, exigindo uma avaliação abrangente para tomar decisões informadas.
"Ao longo da vida, nossas expectativas podem variar. No entanto, antes de tudo, é preciso colocar na balança as possibilidades, caso algo não saia como planejado", aconselha Kelly.
A abordagem de pesquisa de Edgar Schein, phD em Psicologia Social e criador do conceito de "cultura organizacional" na década de 1980, oferece uma perspectiva interessante. Ele introduziu as "Âncoras de Carreira", baseadas em habilidades, motivações e valores inegociáveis, representando a singularidade de cada indivíduo. Resumidamente, Schein propõe oito aspectos para definir o momento profissional de alguém:
- Técnico/funcional: preferem carreira a especialização em determinado assunto. Geralmente não buscam os altos cargos administrativos, pois não têm interesse em obter uma visão mais generalista.
- Administrativo Geral: não têm necessidade de aprofundamento em um tema específico e querem o topo da hierarquia. Valorizam o reconhecimento monetário, títulos e status.
- Autonomia e independência: não toleram supervisão rigorosa, gostam de ter poder de decisão e autonomia. De forma geral, prezam por independência.
- Segurança e estabilidade: querem previsibilidade do futuro. Precisam de segurança e, normalmente, procuram corporações sólidas, confiáveis e com bons programas de benefícios.
- Criatividade empreendedora: gostam de inventar e empreender, possuem talento para criar novos negócios ou produtos. São inquietos e precisam continuamente de desafios. Para eles, gerar dinheiro é uma medida de sucesso.
- Vontade de servir: dedicam-se a uma causa, querem contribuir para um mundo melhor e influenciar as organizações ou a política social na direção de seus valores.
- Puro desafio: definem sucesso como a superação de obstáculos impossíveis, gostam de solucionar problemas difíceis, de se sentirem desafiados.
- Estilo de vida: para esses, o importante é conciliar todos seus desejos. Querem, acima de tudo, flexibilidade.
Embora apenas essas classificações não ofereçam respostas precisas sobre qual caminho seguir, é uma ferramenta valiosa, ao analisar a trajetória, aspirações, preferências e habilidades.
"Corra sempre atrás dos seus sonhos! O emprego não deve se tornar uma frustração. Converse sempre com o gestor, dê ideias, seja transparente e cuide do emocional. Mesmo gostando muito das atividades, acontecem adversidades do dia a dia", complementa a especialista.