Vaga de inclusão para pessoas Transgênero Vaga de inclusão para pessoas Negras e ou pardas Vaga em regime Home Office Vaga em regime Híbrido
Vaga com alta procura

Consulte todas as vagas dessa empresa!

  • +
Tenho interesse

Nesta terça (13), o jornal golpista Folha de São Paulo publicou editorial reiterando sua tradicional política reacionária em defesa do ensino pago nas universidades públicas brasileiras.

Primeiramente, cumpre notar o cinismo: o editorial, que defende uma política de ataque aos estudantes e às universidades públicas, é publicado justamente enquanto ocorre, de forma paralela, o 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (ConUNE), em Brasília.

O jornal golpista, a primeiro momento, tenta disfarçar sua política reacionária. Antes de defender o ensino pago, diz que “a autonomia universitária precisa ser preservada” e que “o volume de recursos, a partir de uma parcela fixa da receita do estado, deveria ser mantido e assegurado”.

Isto nada mais é que um discurso da boca para fora, com o único objetivo de introduzir, de forma sub-reptícia, a defesa do ensino pago.

Tanto é assim que, logo após, é dito que “Nada disso isenta as universidades de buscarem novas fontes de financiamento […] Todo o ensino superior brasileiro, aliás, deveria contar com financiamento parcial por parte de seus estudantes. Aqui existe, para além do aspecto financeiro, uma questão de equidade social”.

Vê-se a Folha de São Paulo, novamente, utilizando o argumento de que alunos que possuem condições financeiras devem pagar mensalidade para estudar em universidades públicas. Novamente abusando do cinismo, diz que isto seria uma medida para garantir a “equidade social”. Como se Luiz Frias (banqueiro e presidente do jornal golpista) e a grande burguesia, que tem na Folha um de seus principais veículos de propaganda, se importassem com os mais pobres, com a classe trabalhadora.

Para além do cinismo, o argumento também é uma fantasia. Caso fosse elaborada uma lei ou fosse emendada a Constituição, no sentido de permitir a cobrança de mensalidade nas universidades públicas, a cobrança inevitavelmente recairia sobre aqueles que não possuem condição de arcar com as despesas. A burguesia certamente daria um jeito, através da manipulação de dados e estatísticas econômicas, de considerar pessoas pobres como pessoas que possuem condições de arcar com a mensalidade universitária. Na prática, uma norma nesse sentido não promoveria nenhuma equidade, apenas mais desigualdade. Na “melhor” das hipóteses, promoveria o endividamento de pessoas de baixa renda. Na pior das hipóteses, excluiria essas pessoas do ensino superior.

Outro argumento escatológico que o jornal golpista utiliza para defender que o ensino público superior seja pago, é o de que “A conclusão de um curso universitário costuma ser sinônimo de salários superiores à média nacional ao longo de toda a vida. Não é justo que o egresso de uma instituição pública não pague nada pelo título, mas se aproprie privadamente da renda extra que ele lhe aufere”.

Se esse argumento fosse utilizado por uma pessoa comum, daríamos o benefício da dúvida dizendo que ela não conhece a realidade do país. Contudo, vindo da Folha, é, novamente, puro cinismo.

Desde quando a conclusão de um curso universitário garante um emprego com salário compatível com a qualificação alcançada? No Brasil, há inúmeras pessoas graduadas que não conseguem encontrar trabalho. E, quando conseguem, tende a ser trabalho informal ou emprego de baixa qualificação.

Segundo estudo do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), publicado em 2022, cerca de 80% dos profissionais com formação de nível superior não conseguem achar emprego corresponde à sua qualificação. Têm, portanto, de se sujeitarem a trabalhos de pouca ou nenhuma qualificação e, muitas vezes, ao trabalho informal.

No mesmo estudo, foi constado que, no primeiro semestre de 2022, “houve aumento de 749 mil no índice de trabalhadores graduados no mercado. Contudo, 78,6% desse total, que corresponde a 589 mil pessoas, recorreram às vagas atípicas – em que há remuneração menor e sem exigência de formação superior. Entre os cargos que estão sendo ocupados por profissionais com esse perfil estão balconistas e vendedores de lojas”. 

E isto se dá quando os graduados conseguem encontrar trabalho, o que nem sempre ocorrer. Em pesquisa realizada nos anos de 2019 e 2020, pelo Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios), constatou-se que 05 em cada 10 formados estavam sem trabalhar.

Resumindo: ao contrário do que diz a Folha, a conclusão de curso universitário não é, de forma alguma, “sinônimo de salários superiores à média nacional”. Muito menos “ao longo de toda a vida” (nos tempos atuais, quantas pessoas conseguem permanecer no mesmo emprego por um longo período de tempo? Poucas).

Vê-se, portanto, que basta aparecer a oportunidade, e a burguesia retoma sua propaganda anti-povo em prol da cobrança de mensalidades de estudantes de universidades públicas.

Os que encampam essa política ou são inimigos do povo ou desconhecem a realidade do país. No caso da Folha, trata-se de um inimigo do povo. A tentativa de disfarçar essa política reacionária com o argumento de promover a equidade já está desgastada.

Se às universidades está faltando orçamento público, o Estado deve investir mais recursos. E dinheiro há de sobra, afinal, mas de 50% do orçamento nacional é voltado para pagar os juros da dívida pública, indo para mão de banqueiros ligados ao capital imperialista, ou seja, dos mais deploráveis parasitas da sociedade.

Nesse sentido, o sistema financeiro nacional deve ser estatizado, com o Estado tomando para si o controle dos bancos, encerrando, de uma vez por todas, o repasse de metade do orçamento nacional para os parasitas do capital financeiro, e investindo parte desses recursos na melhoria das universidades já existentes e na construção de inúmeras outras, de forma que, eventualmente, o próprio vestibular seja abolido, podendo qualquer pessoa ingressar no ensino superior.

Compartilhe

Enquete