No contexto corporativo, muito se fala sobre a necessidade do colaborador, seja ele estagiário, jovem aprendiz ou efetivo, de “vestir a camisa” da contratante. Vários são os aspectos relacionados a isso, ligados diretamente à motivação de cada indivíduo. Para saber qual é a percepção da juventude quanto a esse assunto, o Nube - Núcleo Brasileiro de Estágios fez uma pesquisa e perguntou: “o que é mais necessário uma empresa ter para brilhar seus olhos?”.
O levantamento contou com a participação de 11.690 respondentes e, desses, 69,3% - 8.107 - consideram como mais relevante a possibilidade de aprendizagem e desenvolvimento profissional. Para Vitor Santos, recrutador do Nube, a preferência por essa alternativa se dá porque, quando é oferecida essa oportunidade, é demonstrado ao time preocupação e reconhecimento de sua evolução. “O conhecimento produzido poderá ser utilizado pelos talentos, tanto naquela experiência, quanto em outras, possibilitando perspectivas futuras mais claras”, explica.
Em segundo lugar, com 15,5% (1.808) dos votos, o principal objetivo é atuar em um ambiente capaz de estimular satisfação e realização pessoal. Santos revela: “diversos pontos podem levar a esse resultado, como disponibilização de cursos, treinamentos, premiações, participação em eventos de inovação, conscientização e saúde e etc. Certamente, é preciso se preocupar com esses tópicos. A geração atual procura não só boas remunerações, mas identificação e valorização. Todo capital destinado pela organização a suas equipes é revertido em indivíduos mais capacitados, contentes com suas funções e capazes de realizarem suas demandas com mais qualidade”.
Para outros 8,2% (951), uma boa imagem e reputação no mercado é a condição decisiva. “Atualmente estamos na era das redes sociais e dos influenciadores. Por isso, estar envolvido com uma instituição de renome, sólida e coerente é sinônimo de sucesso e boas escolhas”, comenta o recrutador. Investimentos em novas tecnologias foi elencada como a principal fonte de engajamento para 5% (588) dos participantes. Esse fator deve ser considerado porque “comprova a atenção da marca em se aperfeiçoar e proporcionar processos com mais agilidade, favorecendo novos aprendizados aos envolvidos”, diz.
Por fim, apenas 2% (236) querem uma chance de rápida promoção para ocupar um cargo de liderança. “O plano de carreira bem construído ainda é relevante, porque deixa clara a estrutura robusta e sólida da corporação. No entanto, a transição entre posições pode levar alguns anos, deixando a impaciência florescer, pois esse grupo está acostumado ao imediatismo nas respostas e troca de informações. Logo, as entidades podem e devem pensar em alternativas para possibilitarem outros tipos de crescimento, como as premiações, pequenos aumentos no pagamento, entre outras medidas mais imediatas”.
Assim, Santos orienta os líderes a tornarem as companhias mais atrativas na visão dos mais novos. “Hoje, para uma empresa se tornar o local dos sonhos não basta mais só oferecer bons benefícios financeiros, há a exigência de ser politicamente consciente de suas ações e interferências na sociedade e meio ambiente. É preciso ser um empreendimento preocupado com a redução de poluição, validando a ciência, além de promover a inclusão de pessoas e estar presente não só vendendo seus produtos e serviços, mas também com ações sociais”, conclui.