Concluir a faculdade não é sinônimo de iniciar uma carreira profissional promissora há muito tempo. Mas, em 2020, essa triste realidade atingiu um novo patamar. No fim do ano passado, pouco menos de 15% dos recém-formados no país haviam conseguido um emprego na área que escolheram estudar em até três meses depois de pegarem seus diplomas.
Os dados são de um levantamento realizado pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), a pedido do jornal Valor Econômico. Cerca de 8,5 mil pessoas formadas, residentes de todos os Estados do país, foram ouvidas.
O levantamento apontou que cerca de 52% desses profissionais estavam desempregados. Entre os que tinham um emprego, só 20% ocupavam funções ligadas à profissão que escolheram. Os 28% restantes trabalhavam em outras vagas.
No levantamento anterior, feito pelo Nube entre 2014 e 2018, cerca de 27% dos recém-formados haviam conseguido emprego na área pouco depois de deixar a faculdade. Entre os empregados, 37% ocupavam funções relacionadas às suas carreiras.
A taxa de desemprego também havia sido menor: 42%.
E engana-se quem pensa que esses profissionais não acumularam experiência profissionais ao longo do curso de graduação. Quase 61% deles disseram ter feito estágio.
Desafios
Os dados convergem com outra pesquisa realizada pelo Nube em novembro de 2020. O objetivo era identificar os principais desafios que os estagiários enfrentam nesse primeiro contato com o mercado de trabalho.
Para 39% deles, demonstrar sua capacidade foi o maior desafio. Outros 30,8% relataram dificuldades para aprender novas atividades relacionadas à função.
Vitória Sorato, recrutadora do Nube, diz que para superar essas adversidades é preciso proatividade.
“É muito significativo mostrar iniciativa, dar ideias e exibir a vontade de evoluir. Outro ponto de destaque é saber ouvir a equipe e os superiores”, ela pontua, lembrando que é preciso sempre ter em mente que o estágio é um momento de aprendizado.