Lidar com série de problemas que surgiram ao longo de 2020 não foi tarefa fácil para ninguém. A explosão da Covid-19 pelo mundo mudou hábitos, alterou costumes, modificou realidades e fez com que as pessoas tivessem que enfrentar a temporada mais atípica da história contemporânea, com os jovens vendo de perto o que uma pandemia é capaz de mobilizar em todo o planeta. Entre altos e baixos, o ano passado ficou para trás mesmo que parte de seu caos ainda continue nos primeiros meses de 2021. Esperanças, medos e pessimismo se dividem entre as opiniões do que pode ocorrer ao longo de um futuro próximo, com o pensamento positivo tendo destaque na maioria.
Refletir sobre as possibilidades dos meses seguintes foi o objetivo do Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios) em seu mais recente levantamento estatístico. Em pesquisa nacional realizada entre dezembro e janeiro, com 33.326 jovens de idade a partir de 15 anos, a entidade perguntou: “Qual sua expectativa para 2021?”. Como os participantes utilizam do serviço disponibilizado de vagas de estágio e aprendizagem, grande parte da ótica dos dados pode levar em conta uma preocupação mais voltada à área de empregos e serviços, mas ajuda a ter ideia da visão do público mais novo sobre os rumos do País.
A maioria das opiniões (46,84%, equivalentes a 15.611 pessoas) afirma que “será um ano muito melhor, sem crise, com vagas e crescimento econômico”. O otimismo surge a partir do momento em que o número de vagas de serviço caiu muito em 2020, chegando a ter queda de 92% em abril. A porcentagem diminui ao longo do tempo e, neste primeiro bimestre, foi 4,04% menor em relação ao mesmo período da temporada passada.
Outra parte significativa dos participantes da pesquisa (38,52%) acredita que o ano “não será fácil, contudo, deve melhorar no segundo semestre”. Em meio aos reflexos da turbulência financeira atual e à lentidão do gerenciamento da crise de saúde em diferentes frentes, imaginar que haverá melhora no Brasil a partir de julho pode ser bem realista.
Em terceiro lugar no levantamento, escolhido por 11,54% dos jovens brasileiros, está a ideia de que “vamos continuar sofrendo os efeitos da pandemia e isso afetará todas as áreas”. Este grupo aponta que o processo de vacinação contra o novo coronavírus é essencial para que qualquer expectativa seja criada, talvez somente para 2022. Já a quarta e última colocação (3,09%) diz que 2021 “será ainda pior, pois não temos uma solução confiável para a atual situação do País e do mundo”.
As duas últimas posições revelam uma análise mais pessimista, mas que levam em conta as complicações e a demora para a apresentação de soluções sobre a Covid-19 e os reflexos econômicos, políticos, educacionais e humanos. Que venham os próximos capítulos para se descobrir o que acontecerá realmente.