Com a nova realidade trazida pela crise do coronavírus, empreendimentos e instituições de ensino tiveram de se adaptar para continuarem ativos. Nesse sentido, o público jovem teve de enfrentar esse cenário remoto tanto no contexto profissional, quanto no acadêmico. Para entender como o formato é visto por esse público, o Nube - Núcleo Brasileiro de Estágios fez um estudo e perguntou: “como você preferiria trabalhar ou estagiar?”. A pesquisa ficou no ar entre 26 de outubro e 6 de novembro, contando com a participação de 32.704 brasileiros entre 15 e 29 anos.
A alternativa de destaque, com 51,8% (ou 16.952) dos votos, foi “apenas na empresa, pois quero vivenciar a rotina organizacional”. Segundo a analista de treinamento do Nube, Skarlett Oliveira, para os mais novos, o relacionamento presencial é valorizado porque está relacionado ao desenvolvimento de uma consciência sobre as regras corporativas, como horários e normas. “No início da carreira, definir esses processos pode ser uma tarefa complicada, afinal, o indivíduo ainda está se adequando à agenda e a administração do tempo. Além disso, a proximidade com os colegas faz a socialização acontecer rapidamente e essa é outra vantagem. Entretanto, vale lembrar: esse contato também pode ser realizado a distância. Ligar ou fazer vídeos com os companheiros de equipe trará a sensação de convívio”, comenta.
Já 34% (ou 11.137) desejam uma agenda híbrida. A intenção é ficar a maior parte do tempo na organização e um ou dois dias atuando de casa. De acordo com a especialista, a rotina das pessoas pode ser muito complexa, principalmente se residem distantes do escritório e ainda dividem as horas com os estudos. “Por conta disso, o tempo de home office pode ser produtivo e menos cansativo, justamente por não haver o desgaste do deslocamento, por exemplo. Mesmo assim, quando se está no lar, geralmente dividimos a experiência com família ou vizinhos. Logo, o cotidiano pode ser difícil quando há obras por perto, crianças ou muito movimento. Por outro lado, a proposta presencial em uma parcela majoritária da semana é bem vista porque é possível se encontrar com os companheiros de time, almoçarem juntos e etc.”, diz.
Outros 8,3%, 2.725, responderam preferir a maior parte dos dias desempenhando as obrigações remotamente e o restante do expediente no modelo tradicional. “Alguns colaboradores gostam de atuar a distância. Quem se adequa a esse perfil, provavelmente, reflete sobre acordar cedo, encarar o trânsito da ida e da volta ao longo de toda a semana. Por conta disso, caso possam escolher, optam por passar grande parte do tempo distantes”, explica Skarlett.
Por fim, 5,8% (1.890) querem uma ocupação 100% remota e o ponto defendido é o aumento da produtividade. Segundo a analista, não por acaso, profissionais estão dispostos a abrir mão do estilo tido antes da crise para trabalharem somente em home office. O pensamento principal dessa parcela pode ser "qual escritório vai ser mais aconchegante que o meu lar?"”, compartilha. Os benefícios desse novo estilo podem também influenciar nessa decisão, como flexibilidade e atuação em um ambiente íntimo. “A dica para manter o foco nesse caso é desenvolver sua gestão de horários, sempre adequando as tarefas ao relógio, definindo o importante e o urgente, deixando espaço para as circunstâncias inesperadas”, continua.
Como dicas finais para quem quer ter um bom rendimento em casa, Skarlett orienta:
- Faça sua lista de tarefas seguindo a agenda: é muito importante direcionar seus compromissos e atividades de acordo com o calendário e visitá-los diariamente;
- Defina metas diárias: a ausência de atenção a elas pode ser uma tentação para procrastinação;
- Ajuste quais são as prioridades: não é fácil tentar entregar ou resolver tudo ao mesmo tempo, por isso defina os prazos para ordenar as tarefas;
- Identifique seus momentos de maior produtividade: as pessoas possuem perfis diferentes, então, entenda em qual período (manhã ou tarde) você consegue se concentrar e programe as tarefas complexas ou de maior exigência de atenção para realizá-las nesse intervalo;
- Cuidado com as distrações ou desperdiçadores de rendimento: prestando atenção nos seus comportamentos, você entenderá como alguns itens ou atividades podem tirar o seu foco. Então, o melhor a fazer é manter distância deles. Redes sociais, celular, televisão e conversas paralelas, por exemplo, podem ser algumas das coisas responsáveis por prejudicar a concentração.
Fonte: Skarlett Oliveira - analista de treinamento do Nube