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Já não há espaço para culturas organizacionais engessadas se o objetivo é contratar e reter essa parcela da população. Por isso, entre os dias 6 e 17 de julho, o Nube – Núcleo Brasileiro de Estágios questionou os jovens acerca de suas expectativas de carreira para o futuro.

A pesquisa contou com 25.279 respondentes de todo o Brasil com idade entre 15 a 29 anos. Como resultado, foi verificado o interesse dos mais novos em cooperar com a comunidade e o próximo.

Responsabilidade coletiva

Fazer algo para contribuir com a sociedade é o anseio da maioria dos participantes (41,30% ou 10.441). Na visão de Marianne Lisboa, recrutadora do Nube, quem enfrenta momentos históricos de grande dificuldade tende a refletir mais sobre seu estilo de vida e acerca do corpo social como um todo.

“Com o surgimento da pandemia do coronavírus, essa questão ficou ainda mais evidente, proporcionando uma análise maior sobre desigualdade. Isso acontece especialmente com os de menos idade, os quais carregam o peso de ser ‘o futuro do país’. Diante dessa missão, eles tendem a se atentar mais às responsabilidades coletivas, até mesmo por influência do meio”, pontua.

Solidariedade à vista

Já 22,94% (5.798) dos pesquisados desejam trabalhar ajudando o próximo. Para a selecionadora, o acesso à informação também contribuiu com esse senso de obrigação dos indivíduos.

“Ainda temos uma ampla desigualdade no Brasil. Hoje, com a ajuda da Internet, as pessoas deparam-se mais com a exposição de situações difíceis e pedidos de auxílio. Assim, muitos tendem a solidarizar-se e percebem a necessidade de mudanças públicas para a melhoria de vida de quem tem oportunidades restritas”, elucida.

Altos salários

Outros 20,16% (5.095) esperam receber um alto salário. Marianne ressalta ser comum atrelar uma remuneração expressiva à relevância das atividades desempenhadas, prestígio social e também sucesso na carreira.

“No entanto, esses fatores são totalmente subjetivos, ou seja, o triunfo ou sua ausência na jornada de alguém não é determinado pela quantidade de dinheiro ganhado. Afinal, pode-se ter um bom rendimento e não gostar do ofício, acarretando consequências em outras áreas”, explica.

A especialista ainda destaca a necessidade dos recursos financeiros para a manutenção da existência no sistema econômico atual.

“Entretanto, é importante lembrar: cada um deve ter metas individuais e entender o objetivo da sua trajetória profissional. Para alguns, um elevado pagamento será o mais significativo, enquanto outros encontrarão mais valor na satisfação proporcionada pelo serviço executado”, afirma.

Em família

Por outro lado, 13,21% (3.340) querem ter mais chances de conviver com a família. Segundo a recrutadora, esse é um reflexo do tipo de expediente adotado nos anos 90 e 2000, com excesso de dedicação ao trabalho e falta de tempo para questões privadas.

“Essas condições resultam até hoje em diversos problemas de saúde física e mental, devido ao estresse constante e altos níveis de cobrança. Por conviverem com essas pessoas, as novas gerações fogem do padrão ‘workaholic’ (viciados em trabalho), em busca de uma vida mais estabilizada entre seu lado particular e profissional”, assinala.

Administração do tempo

Por fim, 2,39% (605) almejam ter muito tempo livre. De acordo com a selecionadora, cada um apresentará um desenvolvimento pessoal e profissional diferente, portanto, dispor de momentos para aprender conteúdos novos é fundamental.

“Há quem sinta prazer em estudar coisas novas, enquanto outros não. Por isso, é importante também equilibrar os períodos de lazer na rotina. Afinal, não somos máquinas e precisamos de ocasiões de descanso para, posteriormente, retomar as atividades as quais exigem mais esforço”, finaliza Marianne.

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