Desde março deste ano, o Brasil enfrenta uma recessão provocada pelo novo coronavírus. Por conta da iniciativa de isolamento social e quarentena, muitas corporações se viram obrigadas a encerrarem suas atividades ou diminuírem o quadro de colaboradores. O resultado? O aumento do desemprego. Entretanto, o problema não para apenas na falta de colocação: a situação de miséria foi impulsionada nesse cenário e é preciso tomar uma atitude quanto a isso.
Como uma medida para conter o impacto da Covid-19 no bolso da população, o Governo Federal implementou, ainda no começo do ano, o Auxílio Emergencial, em parceria com a Caixa. Cerca de 107 milhões de indivíduos solicitaram o benefício e 59 milhões deles tiveram o pedido aprovado.
Entretanto, ainda há 10 milhões de brasileiros aguardando a análise para poder utilizar os R$ 600 reais. Para o presidente do Nube - Núcleo Brasileiro de Estágios, Seme Arone Júnior, embora a iniciativa seja essencial, não é uma maneira duradoura para enfrentar o problema. “A previsão é encerrar essa liberação em agosto, considerando uma retomada dos estabelecimentos. Entretanto, como fica o depois? A escassez de vagas ainda será grande e afetará com maior agressividade os mais pobres”, explica.
Sem a renda de contingência, a Rede de Pesquisa Solitária prevê a falta de renda atingindo 30% da população. A Organização das Nações Unidas promoveu o levantamento “UNU-WIDER” e também constatou: a pandemia pode levar 14 milhões de brasileiros à miséria.
Além disso, entre março e abril, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad-Covid), a taxa de ocupação ficou inferior a 50%, acontecimento inédito até então no território nacional. Conforme o mesmo estudo, 75% da diminuição das horas trabalhadas no país estão ligadas à suspensão de contratos e à redução da jornada e de salários.
O cenário também afetou quem busca estagiar. “Até pouco antes da crise, em fevereiro deste ano, costumávamos ter uma abertura de 5.500 oportunidades de estágio semanalmente. Percebemos uma queda de 80% nos últimos meses. O impacto social disso é muito grande”, expõe o presidente.
Entretanto, a retomada gradual da economia não conseguirá auxiliar de maneira completa quem mais precisa. Justamente por isso, iniciativas como o Desafio 10x10 são necessárias. Embora muitas empresas e pessoas já tenham feito doações para as vítimas da Covid-19 e para a população mais necessitada (como podemos ver no Mapa das Doações), a ajuda foi suficiente apenas para os últimos meses. “Ainda precisamos evitar 10 milhões de famílias passando fome pelos próximos 90 dias”, continua Arone Junior.
O projeto, iniciado em 22 de junho, em parceria como as ONGs CUFA (Central Única das Favelas), ChildFund, Gerando Falcão e UniãoBR, entidades e celebridades, busca engajar 10 milhões de jovens para levar alimento a 10 milhões de famílias em um período de três meses. “Os recursos arrecadados pela gincana on-line serão convertidos em cestas básicas digitais, distribuídas durante três meses para os cadastrados na iniciativa”, explica.
Como embaixador do projeto, o presidente do Nube fala sobre o caráter urgente da boa ação. “Não podemos esperar a crise passar. Estamos falando de muitos brasileiros afetados diretamente sem ter o sustento básico. Afinal, como diz o sociólogo Betinho, ‘quem tem fome, tem pressa’”, alerta.
“Nós, como cidadãos e como organizações, devemos nos unir e estendermos a mão para quem mais precisa. Só assim conseguiremos garantir um desenvolvimento sólido para a recuperação de todo o país. Justamente por isso o Nube apoia com força total a gincana, pois acreditamos em um futuro melhor”, finaliza.
Para participar da campanha, basta acessar www.desafio10x10.com.br.