Será que vale apena tentar de tudo pra conquistar aquela vaga de emprego? Até mesmo mentir? Será que os candidatos respeitam ou ultrapassam esse limite entre falar verdade e enganar o recrutador? A boa notícia é que muita gente tem sido sincera com relação as informações dos currículos.
Uma pesquisa feita pelo Núcleo Brasileiro de Estágios - o Nube - revela que 96,7% dos jovens que se candidatam a vagas de empregos não mentem no currículo. Foram entrevistadas 61.834 pessoas de 15 a 29 anos, em uma pesquisa que ficou no ar de 2 a 13 de março. A pergunta feita foi “você já mentiu no seu currículo?”
Dos mais de 60 mil que participaram, o Nube revela que 54.336 dos jovens afirmam que são sinceros nas informações que enviam para os recrutadores e responderam com “não, sempre escrevi a verdade”. Isso foi equivalente a 87,8%.
Os demais 5.553 jovens, que equivalem aos 8,9% que também não mentem, responderam com a afirmativa “não, fico com medo de ser descoberto”. A recrutadora do Nube, Marianne Lisboa comenta o que pode acarretar ao candidato que falta com honestidade nas informações do currículo. Segundo ela, investir em informações falsas inibe o setor de Recursos Humanos entender com clareza o perfil daquele participante.
“Caso o concorrente seja convocado para uma etapa mais avançada e fique aparente a discrepância do CV com a realidade, ele perde a credibilidade com a companhia e com o recrutador.”
Muitas das vezes, as informações falsas podem fugir das outras que foram colocadas e não estar completamente alinhadas com os objetivos do candidato. Isso pode levantar uma suspeita nos recrutadores. De acordo com a especialista em recrutamento, o currículo é o primeiro contato do selecionador com o candidato.
“Quando não se tem muitas vivências para rechear o documento, é vantajoso investir em outros domínios para te ajudar no dia a dia corporativo. Cursos, palestras, eventos acadêmicos, intercâmbios, explorar um novo idioma são fundamentais para melhorar sua capacitação. Nunca esqueça de manter o português bem treinado, seja na ortografia, na escrita, na leitura ou comunicação verbal”, recomenda.
3% dos jovens já mentiram no currículo. Veja motivos!
Uma minoria dos entrevistados respondeu ao Nube que já mentiu em alguma informação no currículo. Destes, 1,8% optaram pelo motivo "sim, mas só algumas informações”. A recrutadora comenta que essa falta de ética com as mentiras pode trazer algumas complicações e, praticamente, comproeter as chances de conseguir a vaga. É sempre melhor ser sincero. “Algumas consequências tardias são, por exemplo, ser cobrado por conhecimentos e habilidades as quais não possui. Isso também pode fazer o sujeito desperdiçar a oportunidade de adquiri-las, pois a empresa entende ser desnecessário oferecer apoio ou orientações e treinamentos para esse colaborador”.
Marianne, do Nube, ainda destaca que tiveram cerca de 819 entrevistados, equivalente a 1,3%, revelando que o motivo da mentira foi o fato de não terem muitas qualificações e experiências para agregar ao currículo. Nesses casos, as pessoas preferem inventar uma informação para tentar "sair por cima" do que ser sincero e investir na qualificação posteriormente. O fato é que qualquer informação falsa, seja lá o motivo, pode ser prejudicial.
“Qualquer inverdade pode ser verificada em etapas posteriores, causando constrangimento para o indivíduo, além de fazê-lo participar de processos seletivos nos quais ele não será selecionado”, avisa a especialista.
A recrutadora deixa como dica para quem deseja vencer a concorrência que é preciso se concentrar em muitos detalhes, além das informações que adiciona a mais no currículo. A especialista explica que as corporações e empresas realizam seleções que também são baseadas nas competências individuais, mas sobretudo avalia outros fatores como a inteligência emocional.
Dessa forma, ela recomenda que é importantíssimo que o candidato conheça a si mesmo. Isso engloba qualidades, limitações e diversos aspectos, além do cognitivo. Isso tudo colabora para o desenvolvimento de atividades e capacidades individuais.
