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Constituir matrimônio, ter filhos e construir uma família.

O sonho de entrar na igreja de véu e grinalda vem sendo adiado pelas novas gerações.

Segundo as ‘Estatísticas do Registro Civil’, na década de 1970 as mulheres casavam, em média, aos 23 anos e os homens com 27.

Em 2017, a idade média é de 30 anos para os rapazes e 28 para as moças.

Essa tendência também foi verificada em um estudo realizado pelo Nube – Núcleo Brasileiro de Estágios.

Diante da pergunta: “Qual a idade ideal para se casar?”, 56.095 jovens, de 15 a 26 anos, em todo o Brasil se manifestaram.

Para a maioria, o assunto não passa pela cabeça antes dos 25 anos.

O levantamento ocorreu entre 4 e 15 de março de 2019.

Para 62,68%, ou 35.163 pesquisados, o melhor é “entre 25 e 35 anos”.

Apesar de terem desejo de firmar uma relação afetiva, a juventude escolhe realizar esse anseio mais tarde.

“Isso pode estar associado a fatores emocionais e financeiros, pois significa dividir vida, casa e rotina com uma pessoa e pode ser um grande desafio”, avalia a analista de treinamento do Nube, Jéssica Alves.

Assim, segundo ela, a prioridade para muitos se voltou à consolidação da carreira e ao estudo formal, postergando os planos de uma trajetória a dois.

Entretanto, 13,90% (7.800) apontaram como momento certo “entre 21 e 24 anos”.

Para esses, é preciso levar em conta em qual fase se encontra.

Nessa faixa etária, geralmente, muitos estão em período acadêmico, conciliando universidade com estágio ou trabalho. Logo, o equilíbrio pode ser desgastante, gerando estresse e ansiedade.

“Todas as responsabilidades envolvidas podem impactar negativamente na dinâmica estabelecida em um relacionamento”, avalia.

Porém, se ambos viverem a mesma realidade, é possível encontrar um ponto de apoio.

“Com objetivos similares e hábitos parecidos, um fortalece ao outro.

Então, o impacto dessa decisão vai variar muito de casal para casal”, enfatiza.

Outros 1,98% (1.108) apontou “antes dos 20 anos”.

De acordo com a especialista, esse é um tempo de autodescobrimento, acompanhado da escolha de quem gostaria de ser no futuro.

É uma etapa de desenvoltura da maturidade emocional e psicológica.

“Portanto, a união durante esse ciclo demanda organização e uma comunicação muito clara entre os cônjuges”, indica.

Há também quem prefira “depois dos 35 anos”.

Essa foi a alternativa de 7,65% (4.290).

Geralmente, é quando o indivíduo possui formação em sua área de atuação e estabilidade.

“No entanto, construções sociais levam a crer no fato de estar sozinho e sem apoio após essa idade.

Por isso, o conselho é não ter medo da solidão.

Ao invés disso, a dica é aprender a desfrutar de sua própria companhia e juntar-se com alguém quando houver amor e a certeza de uma decisão assertiva e bem estruturada”, conclui Jéssica.

Por fim, um índice relevante considerou a opção: “não penso em me casar”.

Dessa forma,  13,79% (7.734) se fecharam para o tema.

Esse fenômeno pode estar atrelado ao posicionamento adotado pelas Gerações Y e Z.

“Para eles, as convenções devem ser revistas e a vida tem de ser levada de acordo com o melhor para si e não espelhado no pensamento dos outros”, ressalta.

Então, os sonhos são individuais e parte-se da premissa de buscar por qualidade de vida e autorrealização.

Logo, o primordial é respeitar seu próprio relógio, não ceder às pressões e se conhecer.

“Todos precisam priorizar seu bem-estar e sua saúde mental.

No final, somente nós lidaremos com as consequências de nossas escolhas.

Então, a sugestão é viver de forma a ser feliz, seja solteiro, amigado ou casado”, finaliza Jéssica.

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