Numa época em que a gestão horizontalizada ganha cada vez mais empresas adeptas, muitas organizações continuam a apostar na hierarquia verticalizada e têm a aprovação dos jovens. É o que mostrou um levantamento do Nube – Núcleo Brasileiro de Estágios, que perguntou a 22.264 pessoas com faixa etária entre 15 e 26 anos: o que você acha de empresas com muitos níveis hierárquicos?
Do total, 60,78% afirmaram achar ótimo pois assim é possível ter mais crescimento profissional na carreira. Segundo Yolanda Brandão, gerente de treinamento do Nube, o resultado é decorrente do fato de ser muito comum entre os iniciantes no mundo do trabalho haver uma expectativa de progressão mais acelerada. “Contudo, essas companhias são, geralmente, de grande porte e é um equívoco considerar ascensão rápida por conta das diversas posições”, ressalva.
A dica de Yolanda é planejamento. “Isso sim será determinante para a construção da vida profissional”.
Ainda de acordo com a pesquisa, 29,20% (6.501) se mantiveram neutros e comentaram: “faz parte da realidade do mundo corporativo”.
Já para 8% (1.781), a estrutura tradicional “é um dos maiores problemas da lentidão nos processos” e, embora sejam minoria, esses jovens têm razão, pois, da visão da gerente, quando a operação envolve muitos funcionários, as coisas podem seguir de forma mais devagar. “A comunicação fluída é fundamental para maior assertividade dentro desse contexto”, ressalta.
Outros 2,03% (451) também se mostraram avessos a tantos postos de liderança e revelaram: “detesto, é muito cacique querendo ter poder”. Para evitar esse clima, diz Yolanda, é essencial que a empresa tenha uma descrição bem definida de funções e um papel ativo dos comandantes.
