A pesquisa “Você já sofreu bullying na sua empresa?”, realizada em 2014 pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) com 4.909 estudantes entre 15 e 26 anos revela que um total de 49,52% dos jovens confessaram já ter passado por alguma hostilidade do tipo. Outros 33,04% responderam: “Sim, mas levei na esportiva para não sofrer”. Outros 9,7% assinalaram a alternativa: “Sim, principalmente dos colegas mais próximos”; e 6,78% dos votantes admitiram: “Já fui vítima, mas também pratiquei”, indicando uma autodefesa e evitando, com isso, exposição. A opção “Não sofri, mas já fiz muitas vezes sem saber” ficou em última posição, com 4,03%.
Segundo a psicóloga Miriam Farias, a prática pode aparecer de forma disfarçada, através de brincadeiras, piadas e "gracinhas", mas, muitas vezes, se apresenta através de agressão física, verbal e psicológica. A profissional também afirma que há grupos que são mais vulneráveis de serem vítimas.
“Os grupos mais vulneráveis ao bullying são os grupos minoritários, aqueles que fogem do padrão ou comportamento social, "os chamados diferentes". O bullying pode causar problemas de origem emocional, tais como: baixa autoestima, depressão, isolamento, exclusão, sentimentos de rejeição, menos valia, até mesmo suicídio ou homicídio”, afirma a profissional.
Sofrer bullying no local de trabalho pode atrapalhar a carreira profissional e prejudicar a sua imagem frente à equipe de profissionais, ser desrespeitado, impedir de exercer um cargo de liderança ou chefia, ser promovido e outros consequências de ordem emocional e psicológica.
Segundo Miriam, geralmente o agressor que pratica o bullying é uma pessoa com uma boa habilidade social:
“Podendo ser um líder, uma pessoa comunicativa, são pessoas intolerantes que não aprenderam a respeitar o outro e sobretudo, as diferenças. São pessoas que precisam de uma ajuda psicológica, embora não admitam ou não saibam”.
Quem sofreu buylling na escola pode carregar traumas por toda vida
Quem sofre bullying pode carregar traumas emocionais por toda vida. “A intensidade e como a pessoa sente a experiência com o bullying pode determinar um comprometimento emocional ou não. Há pessoas que conseguem superar e chegar na fase adulta com poucas consequências”, afirma a psicóloga que explica que o tratamento para minimizar as consequências do bullying pode ser realizado por um psicólogo que trabalhe com hipnose clínica:
“Através das técnicas de regressão de memória para investigar e tratar os sentimentos e emoções daqueles que foram submetidos ao bullying”
Cyberbullying
Com a tecnologia, algumas pessoas usam a internet para praticar o cyberbullying, que é uma nova modalidade para expressar a agressão contra o outro.
“A diferença ente o bullying e o cyberbullying é que o bullying é realizado pessoalmente e o cyberbullying é praticado pela internet”, finaliza Miriam.