O lado crítico dos brasileiros vem sendo cada vez mais explorado, tanto nos meios de comunicação, quanto na sala de aula. Afinal, em tempos de crise e indignação coletiva, estar por dentro dos assuntos gerais é fundamental para deixar a sabedoria “em dia”. Entretanto, quando falamos dos pontos altos na irritabilidade dos mais novos, é possível apontarmos quais fatores chateiam a juventude em nosso país? O Nube - Núcleo Brasileiro de Estágios desenvolveu uma pesquisa, entre 5 e 16 de dezembro, com mais de 19 mil respondentes, para encontrar a resposta.
A pergunta “O que mais irrita os jovens?” apresentou as alternativas “falsidade”, “preconceito”, “mentira”, “arrogância” e “preguiça”. Esse quinto ponto citado representou a última opção entre as votadas, atendendo a preferência de 978 participantes (5,12%). Em seguida, a “mentira” ocupou a quarta posição, com 3.621 adeptos (18,94%). De acordo com a gerente de treinamento do Nube, Yolanda Brandão, tal realidade se justifica pelo fato de serem aspectos já enraizados no consciente popular. “Ninguém espera mais encontrar inverdades ou lentidão na rotina de trabalho ou estágio. Os olhos da sociedade, agora, se voltam para defeitos pouco visados em épocas anteriores”. Nessa linha, Yolanda crava: “com um mercado mais competitivo, há menos espaço para errar com desvios de conduta”.
Na terceira colocação surge a “arrogância”, sendo apontada por 19,55% (3.738) como o motivo maior de estresse no ambiente profissional. “O famoso ‘ar de superioridade’ não contribui, em nada, para a produtividade ou a harmonia de uma equipe. Logo, o gestor deve ficar atento para ele próprio não ter traços de vaidade e exibicionismo, além de coibir comportamentos desse tipo por parte de seus liderados”, explica a gerente do Nube. Ainda sobre o tema, Yolanda completa: “o chefe, querendo ou não, é quem tem mais experiência. Portanto, é natural deter mais sabedoria. Agora, ao mesmo tempo, precisa direcionar seus conhecimentos com humildade, pois assim será melhor entendido”.
Na dianteira do estudo, as alternativas “falsidade”, com 23,05% (4.408) e “preconceito”, com 33,34% (6.375) ocuparam, respectivamente, segundo e primeiro lugar. “O termo ‘preconceito’, por si só, representa uma ideia formada antecipadamente e sem fundamento sério ou imparcial; dessa forma, geralmente tem a discriminação como consequência direta”, analisa Yolanda. No entanto, poucos têm a consciência dos sérios desdobramentos, no mundo atual, causados por julgamentos prévios, quando expostos de modo a violar os direitos humanos. “Quando o jovem destrata o próximo no meio corporativo, com falsidade ou discriminações, por exemplo, não só fechará a porta para efetivações, promoções ou quaisquer vantagens à carreira, como poderá ver novas portas trancadas em razão do ‘filme queimado’ dali em diante, pois o dono da empresa não indicará alguém sem bons costumes no trato”.
É quase uma receita de bolo: com uma pitada de gentileza, educação e cordialidade nas relações, o estudante tornará a convivência com todos ao seu redor muito mais saudável e profissional.