A Sala de Emprego desta segunda-feira (18) fala sobre estágios e jovem aprendiz. Esses dois programas são a porta de entrada para o mercado de trabalho para muitos jovens, mesmo sem ter experiência profissional.
Jovem aprendiz
O programa jovem aprendiz qualifica e insere os jovens no mercado de trabalho. O candidato tem que ter entre 14 e 24 anos, estar estudando ou já ter terminado o ensino médio. As empresas contratam os jovens com inscrições pela internet ou por meio de instituições conveniadas, como a Espro, uma ONG de ensino social profissionalizante.
Depois de selecionado, o estudante passa por uma triagem. O primeiro passo é fazer um curso básico de formação de dois meses. Para isso, ele recebe vale transporte e auxílio alimentação. No treinamento, o jovem aprende técnicas administrativas e a se apresentar em entrevistas de emprego. Só depois, o jovem vai para a empresa.
“A empresa que determina se precisa de um jovem na área administrativa, na área de gastronomia, na área de produção. Ela vai contratar e matricular esse jovem. O programa de aprendizagem é composto sempre por atividades práticas e teóricas”, explica Daniel Tadeu Pinto, consultor de marketing e relacionamento do Espro.
O aprendiz tem um contrato especial de trabalho que pode durar até dois anos. Os direitos são parecidos com os dos estagiários: carga horária de seis horas por dia de segunda a sexta, férias remuneradas, 13 salário e fundo de garantia.
Toda média ou grande empresa que tenha, pelo menos, sete funcionários, é obrigada a participar do programa. O número de vagas varia de 5% a 15% do total de empregados.
Uma empresa de análises clínicas em São Paulo, por exemplo, tem 32 jovens aprendizes. “A gente não pode receber esses profissionais exigindo a mesma coisa que exigimos de um profissional que já chega qualificado e com a devida formação. Então, a gente mostra principalmente em relação a expectativa de produtividade e, principalmente, a relação com o ensino. O objetivo principal do programa é aprendizagem para a empresa e para o mercado de trabalho, caso eles não fiquem”, afirma Rubia Magalhães, gerente coorporativa de RH.
Os estados de São Paulo (102.074), Minas Gerais (44.392) e rio de janeiro (35.919) foram os que mais contrataram jovem aprendiz no ano passado, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego. “Conta muito pro nosso futuro, já conta pra muita experiência que a gente tá tendo desde agora”, comemora a jovem aprendiz Natalya Lorena da Silva Santos, de 17 anos.
Estágios
A expectativa é que só nesse primeiro trimestre 24 mil vagas de estágios sejam abertas. Naiara Pereira estuda comércio exterior e está fazendo o primeiro estágio. É em uma empresa de importação e exportação de remédios e equipamentos para hospital: “Na verdade, na faculdade a gente só vê uma ponta do que a gente aprende aqui. Aqui a gente realmente coloca a mão na massa e aprende com os erros”.
Lucas Brandão está terminando a faculdade de relações internacionais e garante que o estágio foi o passo mais importante para a carreira até agora: “O estágio, além de ensinar o trabalho, te dá também a perspectiva de trilhar o seu futuro, para você saber se é aquilo mesmo que você quer. Eu acho que isso, além do conhecimento, é a parte mais importante”.
A empresa em que Naiara e Lucas trabalham já abriu processo de seleção para contratar novos estagiários. Serão avaliados, em média, três candidatos por vaga. Eles vão passar por entrevistas, fazer provas e os aprovados vão assinar um contrato de um ano.
“Como a gente trabalha com a possibilidade futura de contratação, nós já tentamos enxergar nesse candidato o potencial de desenvolvimento de algumas características, que nós julgamos importante para que o profissional venha a trabalhar conosco. Aí entraria essa capacidade de trabalhar em equipe, a boa comunicação, o interesse em aprender e a iniciativa”, diz Renato Monteiro de Castro, gerente executivo da empresa.
Segundo a lei, o estagiário deve trabalhar até seis horas diárias e 30 semanais, deve ter recesso remunerado de 30 dias a cada 12 meses, bolsa-auxílio, auxílio transporte e seguro para acidentes pessoais.
Os cursos que estão em destaque nas vagas para estágio são administração de empresas, direito, pedagogia, comunicação, engenharia civil, ciências contábeis e sistema de informação.
Eva Buscoff, coordenadora de treinamento do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), participou de um bate-papo e respondeu dúvidas sonbre o tema. Veja a conversa completa no vídeo abaixo:
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2016/01/programas-oferecem-oportunidade-para-jovens-encontrarem-emprego.html