Em São Paulo, a prefeitura de Itirapina proibiu os funcionários públicos de utilizarem telefones móveis ou tablets no horário de trabalho. Já no Distrito Federal, somente nos três primeiros meses deste ano, o Sindivarejista – Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal – recebeu 381 reclamações de empresários sobre o uso excessivo dos aparelhos tecnológicos, por parte de seus funcionários, durante o expediente. O índice de queixas, considerando apenas o 1º trimestre, é quase quatro vezes maior se comparado aos doze meses de 2014. Para investigar tal assunto, o Nube – Núcleo Brasileiro de Estágios perguntou a 11.187 estudantes brasileiros: o celular deveria ser liberado nas empresas? A pesquisa revela dados instigantes.
De acordo com 40,7% dos entrevistados, o correto seria o veto, pois não há bom senso por parte dos jovens. Tal estatística divide-se entre dois relatos: “as pessoas perdem a noção quando estão usando”, relataram 2.131 (19%), enquanto outros 2.424 (21,7%) demonstram preocupação frente à eficiência do trabalho coletivo. Em suma, são contrários à liberação, pois “diminuiria muito a produtividade das equipes”. Especialista no assunto, a analista de treinamento do Nube, Rafaela Gonçalves, discorre sobre a questão: “o mais importante é a autoavaliação do próprio estagiário ou efetivo. Se para ele é motivo de distração, o ideal é desenvolver a capacidade de manter os aparatos tecnológicos apenas para urgências ou informações relevantes excluivamente ao seu trabalho”.
Já na linha contrária, 59,3% defendem a permissão total ou com ressalvas. Dentre esses, 665 (5,9%) escolheram a alternativa “ele é uma extensão do meu corpo” e, na liderança da pesquisa, 5.967 (53,4%) se mostram favoráveis, mas advertem: “somente para algumas áreas ou profissionais”. “De fato a realidade mostra uma adesão praticamente completa dos mais novos aos celulares e às ferramentas de comunicação instantânea. Entretanto, é papel do chefe ‘temperar’ o equilíbrio e a inteligência emocional de seus comandados, para as regras serem claras e ninguém ficar insatisfeito, desmotivado ou em dúvida quanto ao permitido ou ao restrito. O segredo está na clareza das orientações”, orienta Rafaela.
Além disso, cada profissional deve ter cuidado ao se dirigir a colegas ou a um superior hierárquico nas conversas em aplicativos ou redes, e também ter moderação na sua utilização. Um líder pode solicitar concentração total de sua equipe, proibindo ou restringindo a utilização da ferramenta para fins particulares no decorrer das atividades corporativas. Nesse caso, o descumprimento à orientação acabará levando a penalidades disciplinares ou até mesmo a demissão, dependendo do caso. Portanto, o adequado é seguir as normas estipuladas pelo gestor e utilizar dos momentos de descanso para certificar-se de quaisquer questões pessoais.