Grande parte também confessa praticar a violência.
46,45% revelaram se prevenir contra a situação.
O Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) divulgou os resultados da pesquisa “Você já sofreu bullying na sua empresa?”, realizada entre 15 e 25 de setembro com 4.909 estudantes entre 15 e 26 anos. O total de 49,52% dos jovens confessaram já ter passado por alguma hostilidade do tipo. Outros 33,04% responderam: “Sim, mas levei na esportiva para não sofrer”. Outros 9,7% assinalaram a alternativa: “Sim, principalmente dos colegas mais próximos”; e 6,78% dos votantes admitiram: “Já fui vítima, mas também pratiquei”, indicando uma autodefesa e evitando, com isso, exposição. A opção “Não sofri, mas já fiz muitas vezes sem saber” ficou em última posição, com 4,03%.
“Quem lida com isso possui medo de reagir e quem pratica não se dá conta do quanto é prejudicial, porque limita o desenvolvimento, a atuação e até o networking dos agredidos”, explica Rafaela Gonçalves, analista de treinamento do Nube.
Para a especialista, quando se tem intimidade, o indivíduo terá mais dificuldades em reclamar, pois não deseja criar problemas de relacionamento. Já o agressor não perceberá o quanto é inconveniente.
“Ao fazer bullying cria-se um sistema de favorecimento de si, tornando o outro inferior. Ou seja, eu diminuo o meu colega e me sinto melhor, afinal, aponto os defeitos dele para ninguém ver os meus”, comenta, em relação aos que responderam que já praticaram bullying.
Porém, para a analista, o fato de praticar sem intenção não tira a responsabilidade da pessoa. “Quando fizer essas brincadeiras e perceber certa submissão, tristeza ou timidez, evite. Esses são os primeiros sinais dos seus comportamentos estarem prejudicando o próximo”.
Por outro lado, 46,45% revelaram se prevenir contra a situação e optaram pela resposta: “Não, evito dar intimidade para as pessoas”. Isso comprova como o relacionamento no trabalho é um ponto crucial a se observar. “Quem escolheu essa alternativa, de alguma maneira, demonstra já estar se protegendo e isso indica a probabilidade de vivenciarem certa discriminação ou atos de zombaria”, ressalta Rafaela, salientando o fato do bullying nada ter a ver com aproximação e sim com falta de respeito ao próximo.
A especialista dá dicas para minimizar o problema:
- Quem sofre, precisa deixar claro não gostar dos comentários e da intimidação feita.
- Ao perceber a postura violenta contra um colega, é necessário ser franco e pedir para isso ser evitado, pois prejudica o ambiente.
- Todos precisam sempre reavaliar as relações e conter comportamentos responsáveis por causar danos e até mesmo processos judiciais.
- Bullying no mundo corporativo é tratado como assédio moral, então, todo cuidado é pouco.