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Mesmo com um aumento de quase 7% na renda (2013 x 2012) e uma maior conscientização dos gastos, pesquisa realizada pela Kantar Worldpanel mostra que o endividamento no Brasil ainda é alto. A renda média do brasileiro em 2012 era de R$ 2.603, já em 2013 registrou um aumento de 6,8%, e ficou em R$ 2.779. Porém, o gasto médio do consumidor em 2013 foi de R$ 2.762, uma alta de 8,7% se comparado com 2012. Dentro deste cenário, a classe social mais endividada é a DE, com 53% das famílias gastando mais do que ganham.

- O acesso ao crédito pode ser a explicação para o alto endividamento no país. Cerca de 3,7 milhões de domicílios passaram a utilizar essa forma de pagamento na hora de comprar bens de consumo não duráveis. Em 2009, 57% dos brasileiros optavam por esse meio de pagamento, já no ano de 2013, 61% fizeram suas compras com cartão de crédito - explica Christine Pereira, diretora comercial da Kantar Worldpanel.

Quando questionados sobre as prioridades dentro do lar, as famílias declararam que a habitação, compra e manutenção de imóveis, aluguel e mão de obra foram seus maiores gastos em 2013. Seguido de alimentação dentro do lar, vestuário, alimentação fora do lar e higiene pessoal. No ano de 2012, as prioridades das famílias eram com alimentação dentro do lar, transporte, vestuário, educação e serviços financeiros.

Com a inflação acelerada dos últimos anos, a alimentação fora do lar foi um dos gastos que mais pesou no bolso de todas as regiões do país, com um aumento de 14%. Com isso, cerca de 1,2 milhões de pessoas deixaram de fazer refeições fora de casa. Depois desse aumento, as principais refeições passaram a serem feitas dentro do lar do brasileiro. Porém, isso não significa necessariamente economia, alguns alimentos como, salgadinho, doces e pratos congelados também contribuíram para o aumento do gasto médio.

Quando falamos da alimentação fora do lar, o campeão nos gastos ainda é o café da manhã. As bebidas quentes entre as refeições, como chá, café com leite e chocolate, também colaboraram para o aumento nos gastos.


Jovens brasileiros não planejam aposentadoria

Outro levantamento, este realizado pelo Nube entre os dias 18 e 29 de agosto, fez a seguinte pergunta a 11.165 participantes: “com quantos anos você pretende se aposentar?”.

Quase metade dos interrogados - 46,53% - votou na opção “Ainda é cedo para pensar sobre isso”. Ou seja, 5.195 pessoas não se preocupam com o futuro financeiro.

- Essa é uma característica forte na geração atual, pois vivem muito o presente, sem pensar no amanhã. São desapegados, pois para eles, a globalização é algo natural, diferente das gerações anteriores - analisa Skarlett Oliveira, analista de treinamento do Nube.

A aposentadoria é uma conquista com investimento cotidiano, é uma poupança acumulada ao longo da vida.

- Contudo, os rendimentos recebidos no futuro terão um teto limite, podendo ser muito inferiores aos valores recebidos enquanto ainda se trabalha - explica Skarlett.

No levantamento do Nube, a opção “Entre meus 50 e 59 anos”, teve 22,92% dos cliques (2.559). Contudo, “considerar essa hipótese quando chegar aos 50 é tarde. O ideal é refletir sobre a quantidade mensal a ser aplicada, pois quanto antes começar, melhor”, avalia Skarlett.

- Destinar alguns anos da vida apenas para investir na previdência privada pode acarretar na perda de preciosos momentos de lazer, pois um planejamento a longo prazo resolveria os problemas - esclarece.

Em terceiro lugar, ficaram 1.779 pessoas, com a opção “Mais de 60 anos”, totalizando 15,93%. Segundo a especialista, “apesar de ter tomado a terceira posição, esse tópico se assemelha muito ao primeiro. É como se quisessem procrastinar essa atitude e viver mais em função do proporcionado pelo momento atual”.

Por último, ficou quem não larga mão de produzir: “Não pretendo parar de trabalhar” ganhou 14.62% das atenções e recebeu 1.632 votos.

- Quando essas leis foram criadas, a expectativa de vida era mais curta e isso mudou muito hoje. Atualmente, se fala em desacelerar a vida profissional ao chegar na terceira idade e não parar. Todavia, isso depende do perfil de cada um e muitas informações sobre o tema podem ser obtidas no Blog da Previdência Social - sugere a Skarlett.

Os dados são consonantes com um estudo realizado pelo HSBC, em 2013, quando 64%, dentre os 15 mil respondentes, revelaram nunca pouparem para a aposentadoria.

- Normalmente, quem possui esse pensamento não foca em planejamento e com o tempo, isso pode virar um problema - finaliza a especialista.

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