Pesquisa brasileira revela como os jovens lidam com a fofoca no ambiente profissional
Estagiário, trainee ou mesmo efetivado. Os primeiros passos de uma pessoa em um emprego, não importa em qual área, sempre são difíceis. Você não conhece aquele local, não sabe como fazer as coisas da maneira que seus superiores gostarim, não interage bem com seus novos colegas e não tem a menor noção de como se comportar. Isso sem falar naquele nervosismo extremo, que libera doses cavalares de adrenalina no organismo, provocando, dentre outras reações, a famosa dor de barriga espiritual. É uma tragédia.
Mas, o tempo vai passando e o “couro vai engrossando”, como dizem os mais velhos. Você vai se libertando, pegando o jeito da coisa e conhecendo seus colegas. É aí que mora o perigo. Com a inexperiência profissional, dúvidas sobre como se comportar no trabalho são mais comuns do que gostaríamos. Ainda mais em situações em que pesa a inocência daquela jovem alma, que acaba sendo arrastada para cenários que atrapalham sua carreira logo no “nascimento” dela.
A “armadilha” mais comum atende pelo nome de fofoca. Aparentemente inofensiva, essa prática é conhecida no ramo por “sangrar” equipes, dividindo todo mundo em “panelinhas”. Essa segregação geralmente é mal vista pelos chefes, que lutam para passar o famoso espírito de equipe para todo mundo. É uma bola de neve e, no final da trilha, você será o grande prejudicado.
Para entender melhor qual é a relação entre os jovens e o que os especialistas chamam de “rádio-corredor”, o Nube, site especializado em estágios e aprendizagem, realizou uma enquete com 8.449 voluntários com idades entre 17 e 26 anos. O resultado indica que o jovem sabe que a fofoca não é um bom caminho, ou pelo menos ele sabe que essa é a melhor resposta. Ou seja, sabe que o fofoqueiro é mal visto.
É o que demonstram as respostas mais votadas. As duas terminaram praticamente empatadas em primeiro lugar. Com 39,66% dos votos, a resposta “Geralmente, evito passar para frente conversas de corredor” por pouco ficou na frente da segunda colocada, “Não tenho hábito de fofocar”, com 38,71%. De acordo com Rafaela Gonçalves, analista de treinamento e desenvolvimento do site, isso demonstra a preocupação cada vez maior com a própria imagem dentro das corporações, mesmo nos profissionais mais jovens. “Adotar tal atitude propicia o bom convívio e expressa neutralidade perante comentários os quais não agregarão nada na carreira.”
Continuando com os dados da enquete, 16,38% das pessoas votaram em “Eu não fofoco, falo diretamente para a pessoa”, seguida de “Fofoca faz parte do dia a dia e todos praticam”, com 4,13% e “Eu falo mal de quem é fofoqueiro, com 1,11%”.
Os debutantes no mundo do trabalho precisam ter em mente que o ato de fofocar também pode ser interpretado como falta de coragem de dizer o que pensa na cara da “vítima”.
Os jovens precisam refletir sobre estas questões, “pois o mercado contrata por meio dos bons currículos, mas, no dia a dia, demite por causa dos maus hábitos”, alerta Rafaela. “Coloque-se no lugar dos outros. Em um relacionamento, a sinceridade e a empatia fazem toda a diferença”, finaliza.
Fuja!
Todo mundo já foi vítima de alguma fofoca. Desde aquelas pequenas mentiras até contos épicos sobre coisas que você nunca fez. Então, tenha isso e mente e saiba que, mesmo sem ter a intenção, você pode ter seu nome incluído na lista da fofoca se continuar se envolvendo em assuntos do tipo.
Então, quando perceber que o assunto começou a seguir um caminho indesejado, procure desconversar e encerrar o papo. Além disso, jamais utilize e-mails e redes sociais para comentar sobre os colegas ou demais situações. É importante lembrar que o conteúdo virtual também é um documento, e caso ele contenha um algo inadequado, pode resultar em problemas na empresa, além do constrangimento pessoal.