As mulheres escrevem redações melhores que as dos homens, ao menos é o que aponta pesquisa inédita realizada pelo Núcleo Brasileiro de Estágios, o Nube. Conforme levantamento realizado entre os dias 1º de janeiro e 31 de dezembro do ano passado com 1.147 pessoas de ambos os sexos interessados em uma colocação no mercado de trabalho, as mulheres obtiveram 85,5% de aprovação enquanto 80,7% dos homens foram aprovados.
A explicação para a diferença de 4,8 pontos porcentuais entre mulheres e homens que tiveram suas redações aprovadas em processos seletivos se deve ao fato de as candidatas se interessarem mais por leitura. “Seja em romances, revistas, etc. Sendo assim, absorvem um maior repertório de palavras e estabelecem uma maior concordância no momento de elaborar uma redação”, acentua o coordenador de recrutamento e seleção do Nube, Erick Sperduti.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em 2012, as mulheres também compõem a maior parcela de estudantes matriculados no país. Em Goiás, elas lideram o ranking de nível de instrução. Na parcela feminina de 25 anos ou mais que não tinham instrução ou somente o fundamental incompleto foi verificado porcentual de 47,04%, (47,8% Brasil) enquanto a parcela masculina foi de 52,8% (50,8% Brasil). Com pelo menos o superior de graduação completo a parcela feminina teve 12,12% em Goiás e 12,5% em nível nacional, enquanto o porcentual para o mesmo nível de instrução para os homens foi de 8,34% em Goiás e 9,9% no Brasil.
O levantamento do Nube também apontou que jovens na faixa etária entre 15 e 18 anos obtêm mais reprovação que aqueles de 19 a 25 anos, sendo 27,5% contra 16,5%, respectivamente. O coordenador explica essa diferença com base no nível de conhecimento de alunos do ensino médio, que segundo ele “ainda não possuem uma variedade de vocabulário, com relação aos demais, dificultando a elaboração de um bom texto.” Também entra neste cenário a falta de interesse em escrever propiciada, principalmente, pela nova realidade dos jovens: internet, televisão, jogos e afins.
Foi verificado que os melhores resultados em redação foram obtidos nos cursos de Direito (90%), Engenharia Civil (88%) e Engenharia Mecânica (86%). Em contrapartida, os piores textos foram escritos por estudantes de Turismo (66%), Educação Física (33%) e Publicidade (27,5%).
Solução
Erick Sperduti aponta como essencial para melhorar a escrita a leitura, mais acessível segundo ele no que diz respeito aos valores, além dos recursos da internet. “Livrarias oferecem promoções com queda constante. Alguns aplicativos da Internet favorecem, de uma maneira mais prática, o incentivo à leitura e escrita. Isso pode ajudar muito o jovem em busca de sucesso em processos seletivos.”
A outra dica é a mesma dos professores: organizar as ideias em tópicos antes de começar a redigir, para facilitar o candidato a identificar o que vai ser usado na introdução, no desenvolvimento e na conclusão. “Tudo precisa ter uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão, ou seja, um começo, meio e fim”, sintetiza Erick Sperduti.