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A falta de conhecimento da Língua Portuguesa está virando uma pedra no sapato de muitos estudantes brasileiros em busca de uma vaga no mercado de trabalho.

Para dimensionar esse problema, o Núcleo Brasileiro de Estágio (Nube) aplicou um teste em 7.219 participantes durante todo o ano de 2012. O tal teste era um ditado com 30 palavras do cotidiano, como “seiscentos”, “escassez”, “artificial”, “sucesso”, “licença” e “censura”. Era considerado reprovado quem cometesse mais de sete erros. Exatos 2.081 candidatos (28,8%) não obtiveram êxito na etapa da seleção e foram eliminados. As mulheres se saíram melhor. Apenas 26,6% não passaram. Já entre os homens, o número foi maior, 32%.

Outro dado chamou a atenção: os mais novos, com idade entre 14 e 18 anos, apresentaram melhor desempenho, com 75% de sucesso, superando outras faixas como a de 19 a 25 anos (68,9%), 26 a 30 anos (69,2%) e acima de 30 anos (71,2%).

“Impressiona o fato de os jovens na fase da universidade, registrarem erros graves na grafia. Apenas 25% dos brasileiros mantém o hábito da leitura” afirma Erick Sperduti, supervisor de seleção do Nube. A falta de intimidade com as palavras rouba muitas oportunidades de carreira, claro.

Problema técnico


Separando por níveis de ensino, alunos de médio técnico lideram negativamente o ranking com pior desempenho nos testes ortográficos. Em torno de 37% ultrapassaram as falhas aceitáveis, seguidos dos estudantes do superior tecnólogo (30%), médio (29%) e superior (28,5%). Quem estuda em escola pública teve desempenho pior (30%) do que quem está em instituições particulares (17%).

Já na faculdade os dados quase se invertem. Cerca de 30% dos jovens das escolas privadas ficaram para trás contra 19% das faculdades municipais, estaduais ou federais.

Resultados surpreendentes

Entre os cursos, também foram divididos aqueles com melhores e piores índices. Para surpresa de todos, com desempenho mais baixo, em quantidade de reprovados, estão os alunos de Pedagogia (50%), Jornalismo (49%), Matemática (41,4%), Psicologia (41%) e Ciência da Computação (40%).

Na outra ponta, com maior aprovação estão Comércio Exterior (83%), Medicina Veterinária (82%), Relações Públicas (80%), Engenharia de Produção (80%), Nutrição (75,5%), Engenharia Elétrica (74,5%) e Direito (74%).

“A prática de leitura e, principalmente, o hábito de escrever suas ideias é um bom exercício para aprimorar a linguagem e não perder boas oportunidades em provas como o Enem ou processos seletivos”, ressalta Sperduti. “O desafio para os futuros profissionais não é apenas concluir o curso, mas mostrar domínio do nosso idioma”, finaliza.

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