SÃO PAULO - A ansiedade no processo seletivo pode atrapalhar e muito os profissionais na hora de conseguir uma recolocação no mercado de trabalho ou no momento de buscar uma nova oportunidade.
O friozinho na barriga começa antes mesmo da entrevista. Algumas pessoas não conseguem nem dormir, outras são mais tranquilas e tentam não pensar no assunto, até o momento que saem de casa. É no trajeto até o local da empresa que os pensamentos vêm à tona, tantos os bons quanto os ruins.
Para a analista de treinamento do Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios), Lizandra Sotter Bastos, o profissional deve evitar que isso aconteça. Ela explica que “ficar pensando em tudo ao mesmo tempo pode aumentar ainda mais a ansiedade”.
Já a headhunter da De Bernt Entschev Human Capital, Ariadne Tomczak, ressalta que o candidato deve aproveitar este tempo para pensar em informações que podem ser úteis durante a entrevista. “Tente recordar o ano em que se formou e quanto tempo permaneceu nas últimas empresas. Informações como estas agilizam a entrevista”.
Frases que devem ser evitadas
Segundo as especialistas, entre os pensamentos que devem ser evitados estão:
Eu não posso cruzar os braços, não posso por a mão no bolso, não posso mexer no cabelo: evite pensar em gestos que não são indicados fazer durante a entrevista. Por causa do nervosismo, é comum que a pessoa faça justamente aquilo que ela não queria, porque fica gravado no inconsciente.
Eu não sou bom o suficiente para esta vaga: se o profissional foi chamado para participar do processo seletivo é porque o seu perfil profissional interessou à empresa. Nenhuma empresa quer em sua equipe uma pessoa com baixa autoestima.
Acho que esta empresa não está à minha altura: valorizar-se tem limite! Não se ache melhor do que os outros e nem mais competente. Avalie bem a sua trajetória profissional e suas competências, com certeza terá algo que precisa ser melhorado. A primeira, é a humildade, fundamental para se trabalhar nos dias de hoje.
Será que meu futuro gestor será tão ruim quanto o atual/anterior: não fique preso ao passado. Se o líder era ruim e o profissional ficar pensando em tudo que ele fez de errado, em algum momento da entrevista o candidato falará mal do chefe. Isso dará margens para que o recrutador pense que, no dia que ele sair da empresa, ele repetirá o mesmo ato.
Será que meu futuro gestor será tão bom quanto o atual/anterior: novamente, não se prenda ao passado. Lembre-se que novos líderes podem ensinar muito e acrescentar na carreira do profissional. Só pensar nas características positivas fará com que o candidato fale muito do seu atual chefe, isso pode revelar que a pessoa não se desvinculou e terá dificuldade de adaptação ao um novo líder, porque fará comparação a todo momento.
Só o salário já compensa mudar de emprego: a satisfação com o trabalho não depende só do salário. Quem é fisgado somente pelo dinheiro pode se arrepender, porque chegará um momento que o salário não será mais motivacional. Na hora de mudar de emprego, é fundamental pensar na oportunidade de crescimento e de aprendizado para carreira.
Hoje não era um bom dia para fazer entrevista: não importa a chuva, trânsito e mau-humor, se a pessoa se comprometeu em participar do processo, que faça isso da melhor maneira. Imprevistos acontecem, mas é importante saber seguir em frente.
O que importa é que a empresa é do lado de casa: apesar da comodidade e da qualidade de vida, é importante avaliar a proposta de emprego como um todo. Novamente, vale pensar na oportunidade que a empresa oferece, se é positiva para a carreira.