A vida em república é uma realidade para muitos jovens que ingressam na faculdade ou decidem fazer um curso fora da cidade em que vivem. Para eles, mais do que se adaptar à vida universitária, é preciso assumir responsabilidades com a casa e se acostumar à rotina ao lado de pessoas com culturas, gostos e manias diferentes.
Marina Victoretti, estudante de Engenharia Ambiental no Senac, mudou para São Paulo há três anos. Ela morava no interior de Minas Gerais, era filha única e, no novo lar, passou a dividir o quarto com outras duas colegas e a casa com mais duas. “Morar com pessoas com valores e costumes diferentes não é nada fácil”, conta.
Para Natália Caroline Varga, coordenadora de seleção do Nube, é importante escolher alguém minimamente conhecido, na hora de optar pelas companhias de república. "Isso pode acontecer por meio de uma conversa sobre gostos, hábitos e rotina. Informações sobre família, horários e cursos são valiosas, pois facilitam o entendimento de valores e evitam atritos”, diz.
A estudante brinca com os problemas que já enfrentou com as moradoras de sua república. “Aqui tem menina de todo tipo, cri-cri, porca, bagunceira, tem aquela que é tudo isso junto, mas faz parte!”.
Os universitários que moram com amigos têm outras preocupações, além da rotina acadêmica, como reservar um tempo para tomar conta da casa. Marina conta que, nessa hora, cada moradora tem que fazer sua parte. “Dividimos a limpeza, mas as atividades mais simples, como tirar o lixo, ficam por conta do bom senso”, diz.
Natália concorda que é necessário ter muita organização e disciplina. “A divisão de tarefas na casa faz parte do convívio e deve ser levada a sério”, enfatiza.
Vida em conjunto – Como cada moradora da casa de Marina faz um curso, elas não estudam juntas, o que complica ainda mais o dia a dia. “Temos que acostumar a estudar enquanto a outra assiste TV ou ouve música. Não temos provas nos mesmos dias, mas sempre damos um jeito!”, completa bem-humorada.
Para a consultora do Nube é interessante combinar horários e estabelecer algumas regras de convívio. Quando for ouvir música, por exemplo, é bom usar fones de ouvido. Antes de levar amigos para a casa, vale a pena verificar se isso não vai atrapalhar o colega de quarto. Segundo ela, o fundamental é “respeito, o grande facilitador da vida em conjunto”.
Natália também sugere que na casa exista um espaço reservado para os estudos e que cada morador tenha uma gaveta ou armário para organizar os materiais do seu jeito. “Reservar um período para estudar é importante. Se não for possível em casa, ir para uma biblioteca pode ser a saída”, sugere.
E por mais que a casa viva movimentada, com festas e outros eventos, o jovem não deve deixar a bagunça influenciar a sua vida acadêmica. “É importante manter o objetivo, ou seja, a formação profissional”, conclui Natália.