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Segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), de cada dois desempregados, um é jovem e tem entre 15 e 24 anos. Os principais motivos, conforme o estudo, incluem falta de domínio da língua portuguesa e de ferramentas de informática, além de postura inadequada

Ao terminar o Ensino Médio, o jovem deve encarar uma nova jornada, com egresso ao Ensino Superior ou seguindo em busca de um emprego. Porém, encontra grandes dificuldades na conquista do primeiro emprego, e, para quem está na faculdade, obter um estágio.

Segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), de cada dois desempregados, um é jovem e tem entre 15 e 24 anos. É o caso da estudante de Recursos Humanos Melissa Porfírio, 18 anos. "A maior dificuldade que eu tenho encontrado é que todas as vagas estão exigindo experiência. Desde as que procuro na internet até as que saem em jornais e mesmo em sites de cadastro de currículo", afirma.

Conforme ela, a jornada da busca pelo primeiro emprego já faz um ano. "Estou no segundo ano de faculdade e, mesmo assim, ainda continua difícil pela questão da experiência. Os recrutadores colocam a experiência como requisito imprescindível na maioria dos casos, inclusive para estágio", afirma.

Recrutador

O IPEA afirma que são vários os motivos para haver dificuldades, inclusive após a chamada ao processo seletivo, como entrevistas e dinâmicas. Os principais empecilhos incluem a falta de domínio da língua portuguesa, de ferramentas de informática e postura inadequada.

De acordo com a Coordenadora de Seleção do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), Natália Caroline Varga, a dificuldade em passar em um processo seletivo de emprego é de o candidato conseguir controlar as emoções e o nervosismo. "As reprovações acontecem muitas vezes com candidatos que possuem as competências necessárias para a vaga, porém ficam nervosos demais, não conseguindo se expressar adequadamente", conta.

A coordenadora afirma que em um processo de seleção, os detalhes são imprescindíveis. "Observamos através dos gestos, da fala e também do corpo. No processo o importante é o candidato ser natural pois há pessoas que podem parecer artificiais, colocando o recrutador em dúvida quanto se o candidato pode ser um bom profissional", conta, comcluindo que o ideal é o candidato estar pronto para qualquer desafio para evitar resultados negativos: "A primeira dinâmica é sempre mais assustadora, pois contamos com o fator-surpresa".

Estudo x Trabalho

A capacidade de conquista de um emprego está relacionada ao nível de estudo. Segundo dados da Associação Brasileira de Estágios (Abres), o Censo do Inep/MEC de 2008 apontou que no Brasil havia 8.337.160 matriculados no ensino médio e 5.080.056 no nível superior. Somente 9% dos jovens entre 18 e 24 anos ingressaram em uma faculdade.

Em contrapartida, conforme números da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 18 milhões de jovens entre 15 e 24 anos estão fora da escola e 1,8 milhão de jovens brasileiros não cursam o ensino médio. O Censo 2008 aponta que do total de 5 milhões de estudantes desse nível, 62,6% estudam no período noturno. Isso indica que a maioria trabalha durante o dia para conseguir bancar os estudos, o que pode prejudicar no desempenho.

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