Um dos momentos mais confusos na vida de um jovem é a entrada no mercado de trabalho. De uma hora para outra, eles precisam aprender a fazer um currículo, buscar vagas e se preocupar com o desenvolvimento da carreira. E, embora o curso superior ajude bastante em algumas escolhas, foi-se o tempo em que bastava ter faculdade para conseguir um bom emprego.
Acontece que o número de pessoas com curso superior cresceu nas últimas décadas.
E, como resultado, agora os candidatos precisam de algo a mais para se destacar diante das empresas, como um estágio. "Se o estudante tiver essa experiência, já possui um diferencial para concorrer a uma vaga efetiva", afirma Erick Sperduti, coordenador do setor de Recrutamento e Seleção do Núcleo Brasileiro de Estágios (NUBE).
Outro ponto a favor dos recém-formados é saber falar mais de um idioma. E não adianta contar apenas com o inglês básico oferecido nas escolas. É preciso ter fluência na escrita, leitura e conversação, já que grande parte das vagas que exigem uma segunda língua. É, em geral, em empresas que têm contato ou até filiais no exterior.
Se o candidato tiver feito intercâmbio, também aumentam as chances de ele faturar um bom emprego. "As empresas valorizam essa vivência com estrangeiros, além do amadurecimento do jovem por ter assumido a responsabilidade de viver sozinho num país desconhecido", diz Erick.
A escolha da faculdade ainda pesa no currículo dos recém-formados. De acordo com o coordenador de Recrutamento e Seleção, algumas empresas priorizam as faculdades mais tradicionais, pois consideram que pessoas formadas ali apresentem melhor desempenho. Outras consideram a avaliação do Ministério da Educação (MEC) para escolher ex-estudantes dos cursos melhor conceituados. Mas empresas que recrutam os candidatos têm informado gestores para que eles levem em consideração não apenas a fama da faculdade, e sim o perfil e qualidades de cada pessoa interessada numa vaga.
Então, o segredo para os recém-formados é não desanimar. Podem - e devem - investir em cursos e trabalhos extracurriculares. Isso mostra que se trata de alguém que não se propõe a simplesmente cumprir a grade curricular oferecida em seu curso superior, mas que está disposto a ir além dos limites.
Aliás, até trabalhos voluntários são bem vistos no mercado. Eles demonstram preocupação com o próximo, além de um desenvolvimento pessoal. E, segundo Erick, "atualmente, as empresas avaliam não apenas aspectos profissionais, como também questões comportamentais dos funcionários."
Freelances e o mercado de trabalho
Mudanças no mercado de trabalho: como se adaptar
Como vimos, são muitos os diferenciais que um recém-formado pode buscar nessa fase de início de carreira. Porém, o mais importante é estar sempre aberto ao crescimento. "Procure se especializar, fazer uma pós-graduação ou curso de especialização voltado para sua área. E esta é uma boa hora para quem não tem um segundo idioma correr atrás disso", orienta o coordenador de Recrutamento e Seleção.