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Para especialista da área, pensamento comum é que estágios são direcionados apenas para alunos de Ensino Médio, cursos técnicos e de graduação

Geralmente a palavra estágio é atrelada a uma oportunidade direcionada apenas para alunos de Ensino Médio, cursos técnicos e de graduação. Porém, o que muita gente desconhece é que os estágios também são permitidos por lei (Lei nº 11.788) para a pós-graduação, já que, pelos dispositivos legais, ela integra o Ensino Superior.

O desconhecimento sobre o assunto existe tanto por parte de estudantes quanto de empresas, fato que contribui para uma baixa oferta de vagas destinadas a este público. A coordenadora do Centro de Desenvolvimento Pessoal e Profissional (Cedesp) da Unimonte, Flávia Dantas, explica que as organizações parceiras da instituição costumam solicitar apenas estagiários de graduação. "Acredito que isso aconteça realmente por mera falta de informação e desconhecimento da lei. Há, por exemplo, organizações que limitam seus processos de seleção para recém-formados, quando poderiam adicionar também os pós-graduandos", afirma ela, destacando que a Unimonte está planejando ações junto aos universitários e empresas parceiras com esclarecimentos acerca do tema.

Para se ter uma idéia, até mesmo as regras são iguais: carga horária de até seis horas diárias, com tempo máximo de estágio de dois anos em uma mesma empresa. O contrato também possui os mesmos moldes da graduação, em que é firmado um compromisso entre faculdade, aluno e empresa, com o intuito de assegurar que o estágio seja um período para experiência e desenvolvimento do aprendizado.

No Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), que faz uma ligação entre candidatos e empresas, a oferta de vagas para pós-graduandos é pequena, segundo informações da assessoria de imprensa da entidade, sem definir números. Já no Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), não há nenhuma oportunidade disponível.

Apesar das poucas vagas de estágio existentes para quem cursa pós-graduação, recentemente a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) mostrou conhecimento sobre a Lei do Estágio e abriu um processo seletivo para 70 vagas destinadas a estudantes de cursos lato sensu (especialização) e stricto sensu (mestrado) em áreas como engenharia florestal, engenharia ambiental, biologia e geologia.

O estudante Ludgero Risaliti, de 26 anos, foi um dos aprovados na Cetesb. Formado em Oceanografia pela Unimonte e cursando a pós-graduação em Gerenciamento de Áreas Impactadas na mesma instituição, ele revela que a conquista da vaga veio exatamente ao encontro de seus objetivos. "Fazer um estágio como pós-graduando aumentará minha experiência e, também, enriquecerá ainda mais meu currículo. E isso pode resultar em uma efetivação futura ou abertura de novas portas".

O panorama mudou - Em outras épocas, cursos de pós-graduação reuniam, em sua maioria, pessoas que já tinham diversas experiências profissionais. Na atualidade, o retrato das salas de aula em cursos, principalmente de lato sensu (especialização), mostra uma nova configuração.

"Hoje em dia, o estudante de pós-graduação não possui tanta bagagem e vivência na área em se graduou. Geralmente eles são recém-formados e a maior parte nem está ainda no mercado de trabalho. Ingressam na pós justamente para adquirir mais conhecimentos sobre um segmento específico e fazer networking, isto é, relacionamento com outras pessoas".

Entretanto, é preciso levar em conta que fazer um estágio como pós-graduando, na maior parte das vezes, representa abrir mão de salários maiores. Exige sacrifício financeiro. Segundo estudo do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), a média da bolsa-auxílio para estagiários de pós-graduação é de R$ 744,65. Além disso, é comum ainda existir um certo preconceito pelo fato de um profissional formado procurar um estágio ao invés de um emprego efetivo.

"Neste caso em específico, a pessoa já formada faz isso pensando a longo prazo. Ela até pode ganhar menos durante um período, mas está em busca de dar uma direção à carreira, aprimorar o currículo com outras experiências para, depois, ir atrás de novas oportunidades profissionais e melhores salários", afirma Leonardo Ferreira, diretor do núcleo de Pós-Graduação e Pesquisa da Unimonte.

Fonte: Assessoria de Comunicação do Centro Universitário Monte Serrat
 

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