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IPATINGA – Deixar as cadeiras da faculdade e ingressar imediatamente no mercado de trabalho é o sonho de quase todos os jovens universitários do país. Mas como conseguir um lugar ao sol diante da concorrência e de um mercado cada vez mais criterioso?  Esse é um questionamento que paira na cabeça de muitos estudantes e que o superintendente do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), Alberto Cavalheiro, se propõe a responder em suas viagens pelo país.

Na última semana, Cavalheiro esteve na região para participar de uma rodada de palestras sobre mercado de trabalho, processo seletivo, marketing pessoal e estágio no auditório da Faculdade Pitágoras.

Em entrevista ao DIÁRIO DO AÇO, ele destacou as mudanças ocorridas no mercado nos últimos anos. “O mundo está em constante evolução e o mercado acompanha essas mudanças. Um exemplo disso é que em período curto tivemos a substituição total das lendárias máquinas de escrever por modernos computadores. O candidato que não se adaptar a essa nova realidade infelizmente tem pouquíssimas chances de sucesso”, observou.

Formado em Economia pela Universidade Mackenzie e pós-graduado em Docência no Ensino Superior, Cavalheiro frisou que embora os jovens da atualidade tenham bastante familiaridade com o mundo virtual, a maioria deles não sabe como utilizar os recursos oferecidos pelos computadores.

“Quando perguntamos para um jovem o que ele sabe fazer com a informática, percebemos que seu conhecimento, geralmente, é muito limitado a redes sociais, e-mail, Orkut e MSN. Os universitários não sabem como aplicar a informática no dia a dia do seu trabalho. É algo que pesa na hora de conseguir uma vaga”, considerou.

Comunicação
Cavalheiro lembrou ainda da pressão colocada nos estudantes, há alguns anos, para o aprendizado de uma segunda língua. Revelou, no entanto, que a falta do segundo idioma no currículo não figura hoje entre as principais causas de reprovação. “Muito se falou que quem não tivesse uma segunda língua não teria lugar no mercado. Mas a verdade é que muitos candidatos são reprovados hoje não por falta de uma segunda língua, mas por deficiência na primeira. Isso é muito grave”, apontou.

Para o superintendente do Nube, a boa comunicação e o domínio do português, juntamente com o relacionamento interpessoal estão entre as principais exigências do mercado atual. “Não basta ser um bom técnico, se você é falho nas relações humanas e na comunicação. Hoje, o relacionamento é indispensável para qualquer profissional. Afinal de contas, é preciso trabalhar em equipe”, pontua.

Conforme Cavalheiro, o engenheiro da atualidade, por exemplo, deve acumular conhecimentos que vão muito além dos números. “Ele tem que entender de números, de gestão, de comunicação e de relacionamento. Só terá um projeto aprovado se souber apresentá-lo bem”, considerou.

Para o especialista, conhecimentos básicos de matemática, informática, raciocínio lógico, domínio do português, bom relacionamento interpessoal e boa comunicação são requisitos indispensáveis para o sucesso na profissão.

Do estudante ou recém-formado é exigido ainda conhecer o mercado de trabalho em que pretende atuar. “O mercado quer pessoas que saibam aplicar o curso dentro da empresa. Por isso, é importante que os universitários se coloquem, o quanto antes, como profissionais daquele mercado”, orientou. 

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