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Conseguir uma vaga para estagiar é algo bem difícil no Grande ABC. Podemos até dizer que é uma proporção desigual. São 4.000 estudantes cadastrados em banco de dados com apenas 350 vagas, em média, disponíveis na região.

As informações são do supervisor do Ciee (Centro de Integração Empresa Escola) do Grande ABC, Edson Grossi. "Só há postos em aberto porque muitos estudantes não têm a capacitação necessária exigida pelas empresas", comenta.

Portanto, ter conhecimentos técnicos de sua área, habilidades com as ferramentas do computador e internet, falar outro idioma, além de ser criativo e flexível são mais do que pré-requisitos para quem almeja uma oportunidade. No caso da experiência, não há como se exigir.

"O estágio é educacional. A vivência deve ser a primeira oportunidade. O que não pode faltar por parte do estudante é vontade de aprender e mostrar o que já sabe", enumera Grossi.

Mesmo com mercado acirrado, a boa notícia é que do total de estagiários contratados na região, 67% são efetivados. A taxa só não é maior porque há muitas empresas (como as instituições bancárias, por exemplo) que contratam por meio de concursos públicos.

SETORES
Segundo Grossi, os setores que mais geram oportunidades para os estudantes na região são os de serviço, varejo/comércio e industrial.

No caso, o segmento de serviços é imbatível. "Não há como concorrer. São muitas as pequenas empresas que prestam serviços para as maiores. Escritórios de advocacia e arquitetura, por exemplo, são os destaques. Depois vem o comércio, que é forte localmente e precisa sempre de mão de obra, e as indústrias, que por muitas vezes mantêm seus próprios programas de estágio e trainee", destaca o supervisor do Ciee.

CARREIRA
No que diz respeito aos cursos de Ensino Superior, Administração, Direito, Pedagogia, Engenharia e os técnicos (mecânica e mecatrônica) são os mais apreciados pelas empresas contratantes, respectivamente.

Em seguida, estão as ofertas para quem cursa o Ensino Médio, que correspondem há 40% do total de cadastrados no banco de dados.


Habilidades técnicas fazem a diferença

Além das competências comportamentais (que hoje são analisadas por 99% das empresas) ter conhecimentos do pacote Office, saber o velho e bom inglês, e ter habilidades com as matérias estudadas no curso feito são essenciais para ocupar a cadeira de uma empresa.

"Como há muitos estudantes procurando estágio, as corporações só contratam aqueles que sabem onde querem chegar e que possuem boa formação técnica", explica Carmem Alonso, gerente de treinamento do Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios).

Segundo ela, um teste ortográfico aplicado no site do núcleo mostrou que apenas 5% do total de 16 mil estudantes acertaram todas as questões (30). Desse universo, 32% foram selecionados para estagiar em empresas, os demais, não. "Isso mostra que saber se comunicar, interpretar e compreender textos e o que se pede - seja escrito ou verbal - são essenciais dentro de qualquer empresa", destaca Carmem.

No momento da seleção e entrevista, outra dica é mostrar desenvoltura para falar e pró-atividade. Ter bom relacionamento interpessoal também faz a diferença. "Tudo bem que o estágio é um período de aprendizagem, mas há alguns itens que o estudante precisa mostrar vivência, afinal aquele pode ser o próximo funcionário da empresa", diz a gerente. (Tauana Marin )

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