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Especialistas dizem que esta não é a melhor opção, mas alunos estão usando por este recurso para driblar o fim do contrato

A crise mundial afetou o mercado de trabalho no Brasil e, consequentemente, as oportunidades de estágio. Além disso, a aprovação da nova Lei de Estágio, em setembro de 2008, também contribuiu para a reduçãodas vagas. Com isso, muitos estagiários sabem que a efetivação pode ficar mais longe e a conquista de uma nova vaga de estágio mais difícil neste momento. E quem está prestes a se formar, o que fazer então? Muitos optam por adiar a formatura para permanecer no estágio e driblar o fim do contrato. O diretor de comunicação da Estagiarios.com.br, Giuliano Bortoluci, diz que esta é uma possibilidade para o estudante que deseja permanecer no estágio, mas não é a melhor escolha: "Ele pode acabar prejudicando a si mesmo".

De acordo com a gerente de treinamento do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), Carmen Alonso, adiar a formatura para garantir um pouco mais de tempo no estágio é uma atitude totalmente equivocada que indica baixa auto-estima e imediatismo. "Essa saída pode até servir para conseguir uma vaga, porém, para permanecer e crescer dentro das organizações, o jovem deve acreditar no próprio potencial e ter ações que lhe garantam resultados positivos a médio e longo prazos", explica.

Segundo ela, esta atitude tem mais desvantagens do que pontos positivos, pois em algum momento, a reputação do estudante será afetada. "Muitos jovens, que fazem isso no início da carreira, perdem a credibilidade para conquistar boas oportunidades mais tarde, quando já são formados", comenta.

A dica de Carmen é para que o estudante fique atento ao que está acontecendo na empresa e, caso não seja possível a sua efetivação, fazer um acordo com seu gestor para que possa iniciar a busca por uma nova oportunidade enquanto ainda estiver colocado.

Para Bortoluci, há apenas desvantagens. A primeira delas é que, agindo dessa maneira, ele vai demonstrar que não é uma pessoa com objetivos traçados e pode parecer acomodado. A segunda é o valor a pagar, pois se o estudante quiser estender a faculdade, vai ter de pagar por isso e, muitas vezes, o valor da bolsa-auxílio não compensa esse gasto adicional. A terceira é que ele vai demorar mais tempo para conseguir atuar na área. "Se quiser continuar sendo estagiário na empresa, ele pode iniciar uma pós-graduação, por exemplo. Assim, ele vai continuar atuando na área como estagiário e progredir na carreira".

Imagine o que acontece quando a empresa descobre a atitude do estudante? A diretora de treinamento do Nube diz que não só o estudante é dispensado, como também não poderá citar aquela empresa como referência positiva em seu histórico profissional: "Isso sem falar que o mercado é pequeno e as pessoas trocam informações".

O diretor de comunicação do Estagiarios.com.br revela também que o supervisor da empresa pode considerar isso como um ato de extrema incoerência, porque demonstra que ele não quer ser um profissional, mas um estudante com um estágio garantido por mais tempo.

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