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Participar de projetos sociais, hoje tornou-se um dos pré-requisitos na hora da contratação. Isso é o que revela pesquisa quantitativa realizada pelo CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), com 479 funcionários de empresas envolvidos diretamente na contratação de novos colaboradores. O levantamento mostra que a participação em programas sociais é o sexto item apontado numa relação de onze requisitos que influenciam na decisão de contratação. Com 8,7% das exigências de seleção, ficou na frente até mesmo do domínio do segundo idioma - com 8,2%. Na oitava posição, veio curso no exterior (2,7%), em seguida de vivência no exterior (1,8%), participação em diretório acadêmico (1,6%) e prática de esportes radicais (1,0%). A atividade socialmente responsável perdeu apenas para informática (19,6%), experiência na área (17,5%), cultura geral (15,6%), atualidade (14%) e leitura de jornal (9,3%). Com a demanda cada vez mais crescente, o "estágio social" tem sido visto como uma alternativa para jovens estudantes que procuram uma colocação no mercado. "Antes não existia uma preocupação social por parte das empresas e até mesmo dos jovens", diz o sócio-diretor do NUBE (Núcleo Brasileiro de Estágios), Sem e Arone Júnior. Júnior comenta que além da conscientização nesse sentido, outro fator relevante é o desenvolvimento constante do Terceiro Setor. "Esse crescimento resultou na criação de mais vagas nessa área. Hoje, a pessoa pode optar entre um estágio numa empresa tradicional ou numa ONG". Mas Regina Hein, supervisora de desenvolvimento de projetos do CIEE, chama atenção para o fato de que há dois tipos de candidatos. Aqueles que optam por esse segmento por ter perfil para ajudar os outros e os que vêem o Terceiro Setor simplesmente como uma alternativa de trabalho. Assim, o sócio-diretor do NUBE acredita que a procura por estágio na área social não passa de uma acomodação natural. "Não amo que seja uma tendência. O Terceiro Setor passou a empregar assim como os outros setores, com remuneração e tudo mais". Júnior acredita que quando fala-se de responsabilidade social como pré-requisito, trata-se apenas de uma minoria. "Não há regras. Participar de projetos sociais pode ser um requisito para uma empresa, mas não para outra. Depende do grau de conscientização". Porém, é consenso que uma experiência na área social ajuda a melhorar qualidades muito apreciadas no mundo do trabalho. Além de demonstrar um "lado humano" e uma consciência cidadã diferenciada, segundo Regina, o estudante ainda desenvolve um bom relacionamento inter pessoal. Júnior acrescenta ainda maior criatividade para encontrar soluções, flexibilidade e pró-atividade. "Num ambiente desfavorável, sem estrutura e muitas vezes sem apoio, é preciso fazer do limão uma limonada, complementa Júnior. Marina Rosenfeld

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