Segundo uma análise do Fundo Monetário Internacional - FMI, a Inteligência Artificial (IA) deve impactar cerca de 40% dos empregos em todo o mundo. No caso do Brasil, 41% das ocupações têm alta exposição à tecnologia, seja de forma positiva, quando o profissional pode se beneficiar da IA, ou negativa, quando as funções correm o risco de serem substituídas por ela no futuro.
Em complemento, de acordo com o Relatório sobre o Futuro dos Empregos 2025, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, as transformações no mercado de trabalho representarão 22% dos cargos até 2030. O estudo prevê a criação de 170 milhões de novos empregos e a eliminação de 92 milhões, resultando em um saldo positivo de 78 milhões de vagas.
A IA já é uma realidade
Para a diretora da Prosphera Educação Corporativa, Elizabeth Matsumoto, embora esses números possam parecer assustadores, não há motivo para pânico ou rejeição à modernidade. “Essas mudanças são inevitáveis e tendem a se intensificar em um futuro próximo. Nenhuma profissão ficará imune. O mundo está em constante transformação e as habilidades exigidas no mercado devem mudar. Por isso, os colaboradores precisam focar em análise estratégica, pensamento crítico, planejamento e habilidades interpessoais”.
Além disso, é essencial buscar capacitação e desenvolver competências, tanto no campo tecnológico quanto em áreas como criatividade, resiliência, flexibilidade e agilidade. “A combinação dessas características é ainda mais valiosa, afinal, há a necessidade de requalificação ou aprimoramento de grande parte dos indivíduos em ambas as frentes”, destaca Elizabeth.
As soft skills, como comunicação, empatia e criatividade, são essenciais, especialmente em um cenário onde a automação assume tarefas repetitivas. “Sempre haverá espaço para quem estiver disposto a aprender e se adaptar às novas demandas”, ressalta a diretora. Além disso, a IA pode abrir portas para oportunidades. “O governo também tem um papel crucial a desempenhar nessa transição, promovendo educação e adaptabilidade, principalmente para os setores mais vulneráveis. A proteção social e redes de apoio são determinantes para essa evolução ocorrer de forma mais equilibrada e benéfica para todos”, complementa a executiva.
A IA precisa das pessoas
O avanço global da IA continua a gerar debates e controvérsias, impactando diversos setores e áreas. Um dos temas mais recentes envolve a DeepSeek, por se apresentar como um modelo avançado, capaz de executar tarefas complexas com custos operacionais significativamente reduzidos.
O lançamento da versão R1 da ferramenta causou um impacto considerável no mercado, especialmente no setor financeiro. Ações de grandes empresas tiveram quedas expressivas em um curto período. Isso porque ninguém esperava o surgimento de um concorrente tão competitivo às plataformas já consolidadas, como o ChatGPT.
“No entanto, sempre me questiono sobre a real eficiência dessas soluções. Elas funcionam e podem ser úteis em diversas atividades do cotidiano, facilitando processos e tornando a execução mais rápida e prática. Contudo, as pessoas compreendem o verdadeiro impacto no país?”, reflete o especialista em gestão corporativa, Pedro Signorelli.
Muitos aspectos ainda estão em fase de amadurecimento. Isso fica evidente diante da falta de preparo das autoridades para lidar com questões como regulamentação. “Vejo muitas organizações interessadas no tema, atraídas por seus benefícios aparentes, mas sem saber ao certo como implementá-las de forma eficaz”, lamenta o especialista.
Nesse sentido, é preciso pensar em investimentos de forma racional e estratégica. Com recursos adequados, é possível criar uma estrutura mais sólida. “No meu campo de atuação, desde o lançamento do ChatGPT, tenho observado profissionais testando e "ensinando" a IA a criar OKRs (Objetivos e Resultados-Chave), compartilhando orgulhosamente seus resultados nas redes sociais. No entanto, são os mesmos de sempre”, analisa Signorelli.
Ou seja, se as pessoas não souberem como utilizar essas novidades de forma adequada, o retorno será baixo. “Mais uma vez, dependemos da iniciativa individual dos cidadãos, pois existe bastante gente capacitada para aproveitar essa onda e gerar valor para a sociedade. Por parte do poder público, espera-se ajustes na legislação, de modo a colher as vantagens da IA sem comprometer os direitos individuais”, finaliza o executivo.
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